21 países em tratativas para o fortalecimento e renovação do trabalho sobre políticas de leitura nos campos cultural e educacional de todos os países da região. Com esse objetivo aconteceu, no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), nesta segunda-feira (13), a 37ª reunião ordinária do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e o Caribe (Cerlalc). O encontro, agregou as delegações dos países ibero-americanos membros do Centro e da Unesco, e marcou a passagem de bastão do Brasil, que preside a Cerlalc, representado pelo Ministério da Cultura (MinC), para a Colômbia.
Conduzindo a reunião, juntamente com o Cerlalc, o secretário-Executivo do MinC e ministro substituto, Márcio Tavares, ressaltou a contribuição que a literatura pode dar para a formação do pensamento crítico, para a criatividade, para a participação ativa em sociedade, e os desafios comuns a serem trabalhados no próximo ciclo.
“Temos como, por exemplo, a diversidade cultural, a diversidade linguística, a incorporação da dimensão da oralidade junto da dimensão da escrita. No momento em que a inteligência artificial tem se transformado em um item que, como falaram aqui, por um lado gera oportunidades, por outro pode gerar desafios críticos e se nós não tivermos sucesso regulatório em comum e esse esforço exige cooperação entre os nossos países, nós vamos ter dificuldades”, frisou.
Margarita Cuéllar Barona, diretora do Cerlalc, ressaltou a importância do evento, e agradeceu a ampla participação e colaboração da plenária. “O Cerlalc é um centro que atua na região há meio século. Mas que, atualmente, digamos que o panorama, que a leitura teve muitos momentos e acredito que estamos diante de uma mutação cultural que afeta as práticas de leitura. Isto, somado às lacunas persistentes na educação. Tudo isso cria um panorama que devemos enfrentar”.
O secretário de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba, falou sobre a Política Nacional de Leitura e Escrita (PNLE), de que o MinC e o Ministério da Educação (MEC) estão construindo o novo PNLL que traz uma agenda estratégica importante, um mapa de navegação para os próximos 10 anos no Brasil. “O exercício pleno da democracia passa pelo exercício pleno do direito cultural e do direito internacional. Ou seja, não podemos dissociar o fortalecimento do estado democrático de direito dos nossos países sem passar pela efetividade do direito ao livro e a leitura em nossos países”, apontou.
O diretor do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do MinC, Jéferson Assunção, dialogou sobre o cenário do livro e de leitores na região. “O desafio de que as políticas precisam estar conectadas com essa atualização da ideia do que temos de leitura, com todas as questões tecnológicas, toda a desmaterialização das artes que também impactam o livro. Então temos reflexões importantes a se fazer hoje sobre o modo como se ler”.
Durante o evento foi pactuada e apresentado o Comunicado Ministerial com uma agenda de trabalho para a próxima década a fim de que possam enfrentar, de forma consensual e coletiva, os desafios.
A passagem de bastão para a Colômbia representa um marco histórico, já que o país vizinho mantém a sede física da Cerlalc há 50 anos e, pela primeira vez, assume a presidência do conselho. O Comitê Executivo para o biênio 2026-2027 também foi eleito, com a participação da República Dominicana, Panamá, Espanha, Perú, Costa Rica e Chile, Unesco e pelos Ministros das Relações Exteriores e da Educação da Colômbia ou seus delegados.
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