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Casa MinC encerra programação de debates com mesa sobre a Fundação Casa de Rui Barbosa — Ministério da Cultura



A programação de debates da Casa MinC na 23ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) terminou na tarde deste sábado (2) com a mesa Casa de Rui Barbosa: Cultura, Literatura e Memória na Capital Mundial do Livro. Participaram o secretário-executivo do Ministério da Cultura, Márcio Tavares, e o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), Alexandre Santini, além de especialistas.
O encontro buscou promover uma reflexão sobre o papel das instituições de memória, da literatura e das políticas públicas culturais na construção de narrativas plurais, no fortalecimento da cidadania e no reconhecimento da diversidade cultural.
“A Casa de Rui Barbosa é uma instituição muito especial porque ela reúne memória, conhecimento e pensamento sobre política cultural numa mesma instituição. É única no Brasil e precisa ser muito valorizada”, afirmou Márcio no debate mediado pelo assessor da Secretaria-Executiva, Fabrício Antenor.
O presidente da FCRB ressaltou o caráter múltiplo da entidade. “Eu brinco que ela é tipo aquela bonequinha russa, a matrioska, que você vai abrindo e têm outras dentro. A Casa de Rui Barbosa é muita coisa dentro da mesma instituição”, frisou.
Em sua participação na abertura do debate, o diretor de Documentação Histórica da Presidência da República, Jackson Raymundo, enfatizou a relevância da discussão sobre a memória.
“Defender, falar de memória, de acervos, de livros é, também, pensar no que pode ser o futuro. Ele não se faz se a gente não tiver o tempo todo de olho no que foi esse passado tenebroso que vivenciamos e o quanto precisamos estar vigilantes para que alguns pesadelos que enfrentamos nos últimos tempos não se repitam”, observou.
A secretária-executiva do Rio Capital Mundial do Livro, Isabel Werneck, tratou do tema sob à luz do título concedido à cidade.
“É um título que veio para que a gente faça uma reflexão muito profunda e possa fazer resgates, destaques, intercessões. E a questão da memória, a gente tem de forma ímpar. Ela precisa ser mostrada, apresentada ao público de maneira mais acessível. A Casa Rui tem uma representatividade. Porque ela é a memória e o futuro”.
O presidente da FCRB lembrou que a memória é uma construção cultural e chamou a atenção para o papel das entidades que lidam com o assunto.
“As instituições culturais que se dedicam à memória precisam olhar aquelas que foram historicamente silenciadas ou invisibilizadas. Por que é importante que na capital mundial do livro e numa celebração da língua portuguesa, a gente falar, por exemplo, sobre as línguas indígenas? Porque a gente precisa reconstruir uma memória daquelas histórias que não foram contadas, olhar aquilo que historicamente não foi visto”, salientou Santini.
No maior encontro literário do país, a FCRB apresentou debates em que reafirmou seu compromisso com a memória literária brasileira, a democracia, a justiça social e a ampliação do acesso aos acervos.
De acordo com o secretário Márcio Tavares, a memória tem papel central na construção das políticas públicas.
“Quando a gente caminha por Paraty e vê essa junção entre patrimônio histórico e manifestações culturais, uma série de perguntas ficam para serem respondidas. A gente preserva esse patrimônio, mas quem o construiu? Por que há um patrimônio edificado e um imaterial, e porque precisa de uma política que garanta que o patrimônio imaterial e as culturas populares tenham o mesmo cuidado? A memória não é uma questão, um elemento neutro. Mas é um norteador para uma política pública efetiva, com objetivos claros”, concluiu.
Sobre a Casa MinC
Durante a 23ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Casa MinC, abrigou uma série de eventos, entre mesas e atividades conduzidas por secretarias da Pasta e instituições vinculadas, como a FCRB e a Fundação Nacional de Artes (Funarte). A ocupação na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Centro Histórico da cidade, dividiu espaço com a Casa do Cordel.



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