O governador Mauro Mendes (União) disse apoiar o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), em sua decisão de não aceitar o uso do pronome neutro “todes” em eventos municipais.
O episódio ganhou repercussão nacional no último dia 30 de julho, quando Abilio interrompeu uma participante de um evento da Saúde e proibiu o uso da linguagem neutra no microfone, alegando que tal forma de expressão não está prevista na norma culta da língua portuguesa.
Questionado sobre a polêmica, Mendes disse respeitar a identificação de gênero, mas classificou a adoção do pronome neutro como uma “modinha”.
“O prefeito Abilio está correto. Não tem que ficar inventando essas ‘modinhas’. Tem que respeitar a individualidade e a singularidade de todas as pessoas, e eu respeito muito. Mas não dá para forçar a barra também nessa direção”, disse o governador.
Mendes ainda defendeu o respeito e a igualdade de tratamento, mas se posicionou contra o que chamou de “pregação” ou “apologia” a práticas que, segundo ele, não precisam ser incorporadas oficialmente à linguagem.
“Uma coisa é você respeitar e tratar com igualdade e isonomia, e eu procuro fazer isso. Agora, outra coisa é fazer pregação e ficar criando coisas, fazendo uma apologia a esse tipo de comportamento”, disse Mendes.
Veja:
O caso
A utilização do pronome neutro é defendida por parte da comunidade LGBTQIA+ e por militantes da causa como uma forma de incluir pessoas que não se identificam com o gênero masculino ou feminino.
Durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde, a professora Maria Inês da Silva Barbosa, da UFMT, cumprimentou os presentes usando o pronome “todes”. Em seguida foi repreendida por Abilio, que justificou que em eventos da Prefeitura de Cuiabá estava proibido o uso da linguagem. A professora, então, deixou o local.
Em entrevista ao site UOL, Maria Inês chegou a classificar como “fascista” a atitude do prefeito.
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