Moradores que ocupam a região do Contorno Leste, na Capital, fazem um protesto em frente à Prefeitura de Cuiabá, na manhã desta segunda-feira (15), contra um despejo programado para ocorrer nos próximos dias.

A gente já fez videomonitoramento antes, a gente sabe quem mora lá e quem vai lá para ganhar terra. Não vem com falsidade para mim
O grupo pede uma perícia da área e que, se realmente forem realocados, que se construa as casas novas antes do despejo.
O prefeito Abilio Brunini (PL) falou com os manifestantes e afirmou que muitos não moram na área e que não seria influenciado por “militantes políticos”.
“A gente já fez videomonitoramento antes, a gente sabe quem mora lá e quem vai lá para ganhar terra. Não vem com falsidade para mim. Eu sei que uma parcela da população mora lá. Sei que tem lugares construídos só para ir em dia de visita [da Assistência Social]. Não pode botar para alugar para outra pessoa morar, para pegar a casa para você”, disse Abilio em meio à multidão.
“Eu sei que vocês estão acostumados com alguns líderes. Sei que vocês estão vendo eles gritarem aqui. Eles fazem parte de um movimento político que querem promover outros nomes. Eu estou preocupado com as crianças, os idosos, que moram lá. Estou preocupado com quem precisa. Não vou ser influenciado por militante de partido político”, acrescentou.
Segundo o representante da classe, Ronaldo Sérgio Laurindo, há cerca de três anos, 2,5 mil famílias vivem na propriedade, que está sob disputa judicial. No início de agosto, a Justiça de Mato Grosso determinou o cumprimento do mandado de reintegração de posse da área, estabelecendo que os invasores têm até o dia 27 de outubro para deixar o imóvel de forma voluntária.
Ainda de acordo com Ronaldo, a Assistência Social teria realizado duas pesquisas de moradia, que ele afirmou serem “infundadas”. “O pessoal entrou em 2023, até então no mandato do prefeito Emanuel Pinheiro, onde a prefeitura se apresentou através do coronel [Leovaldo] Sales, então secretário, dizendo que aquela área era pública e tinha prazo para sair”, disse.
“Nesse meio tempo, apareceram pessoas diferentes se dizendo dono. Cinco pessoas entraram na Justiça. O que a gente vem brigando e reinvindicando é que seja feita uma perícia da área, para mostrar que aquelas escrituras, aqueles titulos são forjados”, disse.
“Faço um pedido de socorro aos órgãos públicos do Estado. Se esse pessoal sai de lá, não vão cumprir esse prazo e as pessaos vão ficar jogadas na rua sem moradia. A gente quer um compromisso do prefeito, que se realmente ele for alocar, que construa primeiro, para depois tirar o pessoal de lá”, acrescentou.
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