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Com tema do enfrentamento da crise climática, Ibram dá início à 19ª Primavera dos Museus — Ministério da Cultura



O Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), deu início nesta segunda-feira (22) à 19ª Primavera dos Museus. O evento realizado anualmente busca aproximar as instituições de memória da sociedade e valorizar o patrimônio cultural brasileiro. A edição 2025 tem como tema Museus e Mudanças Climáticas. Participaram da cerimônia, no Museu Correios, em Brasília (DF), o secretário-executivo do Ministério, Márcio Tavares; a presidenta do Ibram, Fernanda Castro, além de outros representantes do Sistema MinC e autoridades.
Na ocasião foi lançada a Carta Brasileira do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas. Construído de forma coletiva e participativa, o documento é fruto de ciclo de diálogos que reuniu representantes de comunidades tradicionais, povos indígenas, quilombolas, marisqueiras, pescadores artesanais, coletivos culturais, gestores públicos e instituições acadêmicas e integrantes da sociedade civil de diferentes regiões e biomas. É um marco orientador para políticas públicas e ações que buscam integrar cultura, patrimônio e sustentabilidade, fortalecendo o papel dos museus e entidades culturais.  
“A pauta ambiental é, intrinsecamente, uma pauta cultural. São as práticas culturais, os saberes ancestrais de nossos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais que guardam muitas das chaves para uma relação mais harmoniosa e resiliente com o meio ambiente. Por isso, a Carta é um marco. Ela materializa um esforço coletivo e aponta caminhos para integrarmos de forma efetiva cultura, patrimônio e sustentabilidade nas políticas públicas”, destacou Márcio Tavares.
O secretário-executivo do MinC ressaltou ainda o papel dos museus. “Eles podem e devem ser agentes de transformação, promovendo a educação ambiental, documentando os impactos da crise e, acima de tudo, sendo espaços para o diálogo que nos levará a construir soluções coletivas e justas”, frisou Márcio Tavares.
Atividades
O objetivo da 19ª Primavera do Museus é promover debates e ações a respeito do papel dos museus na conscientização e enfrentamento da crise climática, ressaltando a importância da preservação do patrimônio cultural e natural em um mundo em transformação.
A edição, que vai até o dia 28 de setembro, envolve 731 instituições em todo o país, num total de 2.292 atividades. Entre elas, visitas mediadas, shows musicais, peças de teatro, oficinas e exposições.  
“O alcance dessas instituições é imenso ao trazer um debate tão importante. Os museus são lugares de defesa e construção da democracia. Mais do que isso, têm se mostrado como ferramentas para a defesa da soberania nacional. São eles que guardam a nossa história, arte, ciência e cultura de maneira para que possam representar ao longo da história as memórias que constituem o nosso dia a dia, mas também a força em lutar por um mundo mais justo e igualitário”, observou Fernanda Castro.
O presidente do Iphan ressaltou que as mudanças climáticas têm afetado e colocado em risco o patrimônio cultural material de várias cidades históricas. “Mas é também o patrimônio cultural que pode apontar caminhos e soluções quando a gente olha para as comunidades tradicionais, os detentores do patrimônio cultural. A economia criativa da cultura, os museus, todo o nosso repertório de referência são a direção certa para uma nova economia, limpa, verde e sustentável que permite geração de emprego e renda e faz com que a nossa matriz produtiva seja reformulada”, frisou Leandro Grass.   
Presenças
Também estiveram presentes na solenidade a diretora dos Correios; Juliana Picoli Agatte, e o presidente do ICOM-Brasil, Diego Vaz Bevilaqua, além de gestores culturais, especialistas e representantes da sociedade civil.
Painel
A programação da abertura, promovida pelo Ibram em parceria com os Correios, Correios Cultural e Museu Correios, teve sequência com a mesa técnica Políticas Públicas Culturais: Estratégias para o Enfrentamento da Crise Climática.
O painel contou com a participação da secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg e do coordenador-geral da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, Vinicius Gurtler; do diretor do departamento de Difusão, Fomento e Economia de Museus do Ibram, Joel Santana; e da diretora do departamento de Articulação, Fomento e Educação do Iphan, Sejane Muniz.
O MinC, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, começou em abril uma série de oficinas para debater as contribuições da cultura para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. O trabalho é feito em conjunto com a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Cnods), coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência. Nas três oficinas realizadas, os participantes abordaram a relação da cultura com o ODS 11 – que trata de cidades sustentáveis; ODS 3 – saúde e bem-estar; e o ODS 18 – adotado voluntariamente pelo Brasil para promover a igualdade étnico-racial. A próxima agenda será em 23 de outubro, com o tema cultura, preservação ambiental e emergência climática.
“Estamos ativos para considerar a cultura, como um ODS específico, mas também a cultura como uma amálgama, que lê e dá significado a cada um daqueles ODS. A gente começa a traduzir um pouco, as diretrizes, as metas, quais são os indicadores. O Ministério da Cultura renasce maior, com a Política Nacional Aldir Blanc, que é uma política estruturante, mas também é uma política de direitos culturais. E acessar direitos culturais é alavancar um conjunto de direitos, inclusive o direito ao território, o direito ao bem viver, o direito à convivência pacífica, e disso que estamos falando”, explicou a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg.



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