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Ministério da Saúde e Anvisa anunciam medidas para compra de antídotos contra metanol


O Ministério da Saúde e a Anvisa anunciaram medidas para a compra emergencial dos antídotos contra a intoxicação por metanol.

O Brasil já registrou 59 notificações de contaminação pela substância tóxica na bebida alcoólica: 53 no Estado de São Paulo; 5 em Pernambuco; e uma no Distrito Federal. Desse total, 11 casos foram confirmados, incluindo uma morte. Outras sete estão sob investigação.

Diante do aumento de casos suspeitos de intoxicação, o Ministério da Saúde e a Anvisa anunciaram medidas para adquirir dois antídotos contra o metanol: o etanol farmacêutico e o fomepizol. O Ministério da Saúde estabeleceu um estoque de etanol farmacêutico nos hospitais universitários federais e vai comprar 4,3 mil ampolas do medicamento.

A Anvisa também mapeou 604 farmácias de manipulação que podem fornecer o produto.

Já o fomepizol, principal antídoto para casos de intoxicação por metanol e outros álcoois perigosos, não possui registro na Anvisa, condição obrigatória para a oferta no Brasil.

Para que o governo possa importar o antídoto, a Anvisa vai publicar um edital de chamamento internacional para identificar fabricantes e distribuidores do produto.

A agência já consultou diversas autoridades reguladoras internacionais sobre o tema, como o FDA, a agência de vigilância sanitária dos EUA. Veja outras:

  • ANMAT (Argentina)
  • COFEPRIS (México)
  • EMA (União Europeia)
  • Health Canada (Canadá)
  • MHLW (Japão)
  • MHRA (Reino Unido)
  • NMPA (China)
  • Swissmedic (Suíça)
  • TGA (Austrália)

O governo pediu à Organização Pan-Americana de Saúde a doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol, e manifestou interesse na compra de mil para estoque permanente.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, voltou a sugerir que as pessoas evitem consumir bebidas destiladas sem ter certeza da procedência e alertou que etanol farmacêutico só deve ser usado com orientação médica.

A Câmara dos Deputados aprovou a urgência para votar o projeto que torna crime hediondo a adulteração de alimentos ou bebidas a partir da adição de ingredientes que causem risco à vida ou grave ameaça à saúde.

Cantor Hungria é internado com suspeita de intoxicação por metanol — Foto: Reprodução/Redes Sociais

O caso suspeito mais recente é o do rapper Hungria, de 34 anos, que está internado na UTI do Hospital DF Star, em Brasília, em estado grave. Ele fez shows em São Paulo no fim de semana e, na quarta-feira, já no Distrito Federal, comprou vodca em dois locais.

Uma garrafa foi comprada numa distribuidora, que foi interditada ontem à tarde por falta de licença de funcionamento. Como outras pessoas consumiram o destilado e não tiveram sintomas, a Polícia está periciando o restante de uma segunda garrafa, comprada por delivery, numa rede de supermercado 24 horas.

O rapper Hungria se apresentou no último domingo no Villa Bar, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que foi interditado ontem pela Vigilância Sanitária. Além da casa de shows, as autoridades de São Paulo já interditaram nove estabelecimentos, incluindo bares, adegas e distribuidoras de bebida.

O diretor do Centro de Vigilância Sanitária do Estado, Manoel Lara, disse que três adegas relacionadas a casos de intoxicação foram interditadas



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