Há 80 anos, em 3 de outubro de 1945, era inaugurado no centro do Rio de Janeiro o Palácio Gustavo Capanema, marco da arquitetura modernista e patrimônio cultural brasileiro. Após obras de restauração e conservação, o edifício foi reinaugurado em 20 de maio deste ano com a entrega da Ordem do Mérito Cultural (OMC), mais alta honraria pública do setor cultural brasileiro. Em sua nova proposta de uso, o prédio combina espaços culturais e áreas abertas à visitação pública, além de abrigar um gabinete da Pasta e entidades vinculadas como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fundação Biblioteca Nacional (FBN) e a Fundação Nacional de Artes (Funarte).
“O Palácio Gustavo Capanema é um símbolo da força e da vanguarda da cultura brasileira que merece ser celebrado. Devolver este espaço ao povo, totalmente restaurado e pulsando com novas atividades, é mais do que um ato de preservação do patrimônio; é um investimento no futuro, reafirmando nosso compromisso com a memória e a identidade nacional”, afirma a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Além da cerimônia da OMC, desde a reabertura o Palácio sediou eventos do MinC como o I Encontro de Agentes Territoriais de Cultura do Sudeste e o Seminário Horizontes da Gestão Cultural: Gestão Compartilhada de Equipamentos Públicos de Cultura.
“O Palácio Gustavo Capanema é parte do enredo que conta a história das artes e da cultura brasileira há 80 anos. Com sua arquitetura, o Brasil inovou. Na contramão dos arranha-céus, os pilotis e o terraço-jardim – assinado pelo genial Burle-Marx. Composições de azulejos e outras inúmeras obras assinadas por Portinari. Um marco modernista. Também palco e símbolo da mais longa ocupação de resistência ao fim do Ministério da Cultura em 2016”, destaca a presidenta da Funarte, Maria Marighella.
E acrescenta: “a retomada deste patrimônio ao povo brasileiro, após nove anos fechado, compõe o processo de restituição da memória institucional, de fortalecimento das políticas culturais brasileiras e de entrega à sociedade de um equipamento público vivo e democrático, como nos lega a sua vocação e trajetória. Se a Funarte é a Casa Pública das artes brasileiras, o Capanema é, portanto, a Casa Pública das artes brasileiras”, comenta Maria Marighella, fazendo referência ao fato da Fundação ter sede no prédio.
Histórico
O edifício começou a ser construído em 1937 e foi originalmente concebido para sediar o Ministério da Educação e Saúde Pública. O projeto ficou a cargo de Lucio Costa, com participação de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Jorge Moreira, Ernani Vasconcelos e consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Ele reúne elementos como pilotis, fachada e planta livres, janelas horizontais e terraço-jardim assinado pelo paisagista Burle Marx. A construção espaço abriga obras do próprio Burle Marx, Portinari e Bruno Giorgi, entre outros artistas, e foi tombado em 1948 pelo Iphan.
O Palácio também foi palco de manifestações históricas, como o Ocupa MinC, em 2016, e os protestos de 2021 contra sua inclusão em leilões de imóveis.
Conduzidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), as obras de restauração do prédio começaram em 2019 e receberam investimento de R$ 84,3 milhões. Incluíram requalificação das instalações elétricas, hidráulicas, sistema de incêndio, mobiliário e climatização, além da recuperação de obras de arte de Portinari e esculturas de Bruno Giorgi.
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Visitação
O agendamento para visitação ao Palácio Gustavo Capanema pode ser individual ou em grupo, desde que feito com até 24 horas de antecedência pelo site do MinC. Elas ocorrerão às quintas e sextas-feiras. Clique aqui para saber mais e se cadastrar.
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