A bordo do avião presidencial americano para ir até o Japão, Donald Trump deu as primeiras declarações após o encontro que teve com o presidente brasileiro Lula para discutir as tarifas de 50% contra o Brasil.
Segundo o republicano, a reunião foi ‘muito boa’. Ele afirma que o Brasil mostrou que ‘gostaria de fechar um acordo’.
Mas Trump não deu certeza:
‘Não sei se algo vai acontecer, mas vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver, agora eles estão pagando, acho que 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião’, continuou.
O presidente dos EUA ainda aproveitou para desejar parabéns à Lula, que completa 80 anos nesta segunda-feira (27).
‘E feliz aniversário. Quero desejar feliz aniversário ao presidente, ok? Hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso, na verdade, e foi muito impressionante, mas hoje é o aniversário dele, então feliz aniversário’, finalizou.
Trump fala com repórteres antes de embarcar para o Japão. — Foto: AFP
O presidente Lula acredita que o acordo com os Estados Unidos sobre o tarifaço será fechado nos próximos dias. No final da noite de domingo (26), quando já era manhã de segunda-feira (27) na Malásia, Lula concedeu uma entrevista coletiva para falar do encontro pessoal com o presidente Donald Trump.
Apesar de a primeira reunião entre as equipes de negociadores dos dois países terminar sem acordo, o presidente brasileiro demonstrou otimismo.
Perguntado sobre os elogios de Donald Trump a Jair Bolsonaro diante dele na reunião aberta à imprensa, Lula disse que o ex-presidente faz parte do passado.
O presidente contou que reafirmou na conversa com o líder americano que o ex-presidente teve um julgamento justo no Supremo Tribunal Federal, sobre a tentativa de golpe.
Lula acertou com Donald Trump que temas políticos só serão discutidos entre os dois presidentes. Segundo o brasileiro, os negociadores dos dois países vão se ater aos aspectos técnicos e econômicos que envolvem as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
Presidentes Lula e Donald Trump em reunião na Malásia — Foto: Ricardo Stuckert / PR
Na reunião com Donald Trump, o presidente Lula classificou de inadmissível o uso da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras por causa do julgamento de Jair Bolsonaro.
O presidente Lula confirmou que se ofereceu para atuar como mediador no conflito entre os Estados Unidos e o regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
Negociadores fazem primeira reunião
Por ordem de Lula e Trump, os negociadores do Brasil e dos Estados Unidos fizeram nesta segunda-feira (27) na Malásia a primeira reunião em torno do tarifaço, mas não houve acordo.
O chanceler Mauro Vieira e outros dois auxiliares de Lula se reuniram com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, e o representante de Comércio da Casa Branca, Jamieson Greer.
O ministro Mauro Vieira afirmou que eles concordaram em estabelecer um cronograma de conversas para que um acordo comercial seja alcançado “em poucas semanas”.
Segundo o chanceler, o presidente Lula pediu a suspensão imediata das tarifas enquanto transcorrem as negociações, mas ainda não houve acordo.




