Início CULTURA “Foi a resistência que construiu a cultura afro-brasileira”, enfatiza Margareth Menezes em...

“Foi a resistência que construiu a cultura afro-brasileira”, enfatiza Margareth Menezes em participação na Segunda Conferência Global de Artivismo



A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou na manhã desta quarta-feira (5), em Salvador (BA), da Segunda Conferência Global de Artivismo – “Abraçando o ativismo cultural por um mundo mais justo e seguro”, evento internacional que reuniu mais de 800 artistas, lideranças culturais e ativistas de diversos países para discutir o poder transformador da arte diante dos desafios sociais e climáticos do século XXI.
Durante o encontro, Margareth Menezes participou de uma conversa com Maria Rosario Jackson, ex-presidenta do National Endowment for the Arts (NEA), dos Estados Unidos — a primeira mulher afro-americana e mexicano-americana a ocupar o cargo. O diálogo teve como tema “Como podemos criar sistemas que permitam que artistas e movimentos culturais floresçam por gerações — e não apenas durante ciclos eleitorais?”.
A ministra destacou que investir em cultura é investir em liberdade e cidadania. “A arte é expressão e cultura. E a cultura tem essa dimensão simbólica, social e também de transformação econômica”, afirmou. Segundo Margareth Menezes, o Plano Nacional de Cultura e a Política Nacional das Artes, em implementação pelo MinC, reconhecem os artistas como pilares da transformação social e buscam garantir acesso a equipamentos culturais em todo o país, especialmente em territórios onde o acesso ainda é limitado.
A conversa entre as duas líderes negras reforçou o papel das políticas públicas como pontes entre o impacto imediato do artivismo e as transformações duradouras que moldam sociedades mais justas. As palestrantes também defenderam a importância de preparar artistas para um engajamento mais profundo com a vida cívica e com as pautas democráticas.
“Tudo hoje que nós temos construído aqui em relação à cultura afro-brasileira, ela foi construída a partir da resistência. Ainda estamos num processo muito grande em relação às questões de representatividade racial, mas usando a cultura e a arte como uma ferramenta”, declarou a titular do MinC.
Margareth Menezes ainda salientou a importância da cidade de Salvador para a construção do reconhecimento da cultura afro-brasileira: “É uma cidade da diversidade, da cultura negra e é isso que a gente quer”.
Realizada de 3 a 5 de novembro, a Conferência Global de Artivismo nasceu em 2024, na África do Sul, com o propósito de fortalecer redes de artistas e ativistas que utilizam a arte como ferramenta de mobilização social, especialmente em temas como justiça climática, direitos humanos e democracia. A edição de 2025, sediada em Salvador, reafirma o protagonismo da cultura afro-brasileira e conecta o evento às discussões globais da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025.
Reunião com o ativista Kumi Naidoo
Ainda pela manhã, a ministra se reuniu com o ativista Kumi Naidoo, ex-secretário-geral da Anistia Internacional e ex-diretor executivo do Greenpeace Internacional. Reconhecido mundialmente por sua atuação em defesa dos direitos humanos e da justiça climática, Naidoo tem uma trajetória marcada pela resistência ao apartheid e pela mobilização de jovens em prol de um planeta sustentável.
Durante o encontro, Margareth Menezes e Kumi Naidoo conversaram sobre estratégias conjuntas de engajamento entre cultura e sustentabilidade, além de iniciativas de cooperação internacional voltadas para a ampliação de políticas culturais conectadas à agenda climática.



FONTE