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Em Belém, com Janja e ministros, Margareth Menezes participa da Plenária Mundial das Juventudes — Ministério da Cultura



No segundo dia da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém (PA), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, ressaltou o papel da cultura na ação climática global. Nesta terça-feira (11), ela participou da Plenária Mundial das Juventudes, ao lado da primeira-dama e socióloga, Janja da Silva, e dos ministros Guilherme Boulos (Secretaria-Geral da Presidência); Márcia Lopes (Mulheres), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Anielle Franco (Igualdade Racial); e da Campeã da Juventude da COP30, Marcele Oliveira.
“Somente unidos é que nós vamos conseguir essa mudança de comportamento da humanidade, das grandes empresas, em relação ao nosso planeta. A Terra é um organismo vivo e a gente precisa dela viva para existirmos. E a cultura é uma ferramenta que podemos usar para isso”, comentou a ministra Margareth Menezes.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência enfatizou o papel dos jovens no enfrentamento da mudança do clima. “A juventude é a protagonista no combate às mudanças climáticas. Está na linha de frente dessa luta, dessa batalha no Brasil, na América Latina, no mundo inteiro. E é com essa juventude que a gente e o mundo contam para liderar o processo em que desfaçamos o estrago que um capitalismo predatório fez no nosso planeta nas gerações anteriores”, salientou Guilherme Boulos.
Em seu discurso, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima defendeu a participação feminina na pauta. “É importante falarmos da questão da defesa dos direitos das mulheres no enfrentamento da mudança climática, para que a gente saia com a agenda de adaptação, a agenda de financiamento que é de R$ 1,3 trilhão e também com o mapa do caminho para sair da dependência do uso de carvão, de petróleo e de gás”, afirmou Marina Silva.
Antes da atividade, a ministra Margareth Menezes visitou as dependências do Espaço Curro Velho, casa de formação artística ligada à Fundação Cultural do Pará (FCP), que sediou o evento.
“Esse local tem mais de 30 anos e realiza um trabalho de transformação da vida dos jovens, das pessoas, da comunidade, por meio de ações culturais. É um lugar de compartilharmos experiências nesse momento em que estamos discutindo a mudança climática e como a cultura faz essa ponte entre o que estamos vivendo e como poderemos mudar a relação das pessoas, da humanidade, do entendimento do tratamento dado à natureza”, frisou a titular da Cultura, que estava acompanhada do secretário-executivo adjunto do Ministério da Cultura, Cassius Rosa.
O espaço abriga a Cidade das Juventudes, primeiro acampamento voltado exclusivamente aos jovens em toda a história das COPs. A iniciativa é fruto de parceria da Secretaria Nacional da Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República e da Campeã Climática de Juventude da COP30, com apoio do Ministério das Mulheres (MMulheres) e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).
Além das autoridades, o encontro reúne lideranças jovens e ativistas de diversos países para debater o papel da juventude nas agendas sociais e climática. A atividade de escuta, diálogo e proposição de ações busca ainda ampliar o engajamento social e democratizar a participação deste público nas decisões que impactam o futuro do planeta.

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Indígenas
Espaço criado para receber os mais de três mil indígenas do Brasil e do mundo presentes nas agendas da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a Aldeia COP foi aberta oficialmente nesta terça, na capital paraense. A titular da Cultura, Margareth Menezes, prestigiou a solenidade ao lado da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da titular dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.
“É importante demais nesse momento tão crítico para a humanidade nós abrirmos espaço, entendermos e trazermos a experiência que os povos das florestas têm em relação a essa convivência com natureza. Nós é que precisamos entender essa tecnologia de poder tirar proveito das nossas reservas naturais sem destruí-las. Isso que estamos vivendo não é uma novidade. Mas a gente não consegue realizar essa reversão sem fazer essa justiça com os povos originários, sem as demarcações necessárias, porque são esses biomas que ainda fazem o equilíbrio do que a gente ainda consegue respirar”, destacou a ministra Margareth Menezes.
A presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, sublinhou a importância da COP30 para os povos originários. “Esse momento que é muito importante para nós, povos indígenas. Porque nós colocamos na mesa a importância da demarcação e proteção das terras indígenas. Não apenas por uma questão de proteger a floresta em pé, mas principalmente também quem cuida dela, quem tem direito, quem vive da biodiversidade, da água, quem vive e protege os recursos naturais. Nós estamos aqui para trazer essa mensagem, tanto de incluir como prioridade dos povos indígenas, mas também como incluir como prioridade para o planeta”, apontou.
Situado na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), o local também contará com programação própria, incluindo debates a respeito de políticas públicas e fundos de financiamento, além de atrações culturais.
A Aldeia COP é resultado de articulação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
“Muita gente já ouviu falar da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, mas não sabe que protegê-la custa vidas e que essa floresta também está sendo violada, violentada, destruída com o uso predatório da terra e da natureza. E é esse recado que a gente traz para Belém, para a COP30 e para o mundo: não haverá solução sem a presença indígena”, afirmou a ministra Sonia Guajajara.
Importante liderança indígena, o cacique Raoni Metuktire, que fez um discurso em caiapó, lembrou de sua trajetória em defesa da terra dos povos originários. “A única coisa que os homens brancos querem é o nosso território. Quando comecei a minha luta por nós, povos indígenas, eu pude cumprimentar e me reunir com autoridades que não estão mais entre nós. É desde essa época que eu venho lutando para que o homem branco nos respeite”, declarou, contando que conheceu o Marechal Cândido Rondon e conversou com o ex-presidente Juscelino Kubitschek.
Para acessar a programação completa, ações e conteúdos especiais, o Ministério da Cultura lançou página dedicada à cultura na COP30 – clique aqui. 



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