O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) afirmou que vai pedir para que a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc) faça um novo relatório sobre a situação das famílias que estão ocupando a região do Contorno Leste.

Pedi que eles façam um novo relatório e que façam uma avaliação. Que a Assistência Social vá lá novamente, são muitas crianças, muitos idosos…
Na manhã desta segunda-feira (30), centenas de pessoas se reuniram em frente à Prefeitura de Cuiabá para protestar pela falta de moradia. Entre gritos e palavras de ordem, cobraram ajuda do prefeito para solucionar a situação das famílias.
“A gente tem que pedir uma reanálise, porque o último relatório apresentado pela Secretaria de Assistência Social do Estado aponta que poucas famílias teriam direito à regularização fundiária do local”, disse o prefeito à imprensa.
“Então, pedi que eles façam um novo relatório e que façam uma avaliação. Que a Assistência Social vá lá novamente, são muitas crianças, muitos idosos… Que faça o levantamento adequado e a partir disso dê um novo norte”, acrescentou.
Divulgado na última semana, o relatório da Setasc identificou que apenas 172 das 2.594 famílias identificadas na ocupação do Contorno Leste atendem aos critérios de vulnerabilidade social e são elegíveis para programas assistenciais do Governo.
Entre os ocupantes do local haveria empresários, trabalhadores com carteira assinada e até servidores públicos, perfis que não se enquadram como beneficiários prioritários de políticas sociais.
Apesar disso, representantes das famílias afirmam que há mais de 5 mil pessoas nas região do Contorno Leste e contestam a alegação de que há poucas famílias em vulnerabilidade.
Abilio afirmou que vai solicitar que a Secretaria Municipal de Assistência Social auxilie a Setasc na confecção desse novo relatório para identificar a real situação do local.
Victor Ostetti/MidiaNews
Centenas de pessoas se reuniram em frente ao Palácio Alencastro para protestar
Compra do terreno
O prefeito também admitiu a possibilidade da Prefeitura comprar o terreno onde as famílias estão para distribuir essas moradias e regularizar a situação. O valor estimado seria de R$ 20 milhões, segundo o gestor.
“Se demonstrar uma capacidade da gente conseguir comprar, através de emendas de deputados, a partir desses recursos, a gente pode empenhar uma aplicação para compra”, disse.
“Acredito que a Assembleia Legislativa deveria participar desse processo, que a Câmara dos Deputados, os senadores, deveria participar e ajudar a gente a ter os recursos adequados para comprar”.
Apesar da ideia, Abilio alegou que é fundamental o novo relatório da Assistência Social, pois, para doar o terreno, vai ser necessário comprovar a situação vulnerabilidade dos ocupantes.
“Por mais que a gente consiga o recurso para comprar, se a Assistência Social do Estado identificar que não precisam, a gente vai ter o recurso, mas não vai poder doar para as pessoas. Por isso, é necessário primeiro a Assistência Social fazer seu trabalho e depois os deputados estaduais e federais ajudarem a gente”.