O advogado Rodrigo da Costa Ribeiro, preso nesta quarta-feira (3) durante a Operação Efatá, da Polícia Civil, é apontado como líder jurídico e conselheiro da maior facção criminosa de Mato Grosso.
Consignou-se na representação da medida cautelar que o custodiado é apontado como líder jurídico-financeiro e conselheiro da facção criminosa
As informações constam na decisão do juiz Francisco Alexandre Ferreira Mendes Neto, que converteu a prisão em flagrante de Rodrigo em preventiva durante a audiência de custódia.
O advogado foi alvo de busca e apreensão em seu apartamento de luxo, no condomínio Brasil Beach, após ser apontado como membro do grupo criminoso que movimentou mais de R$ 500 milhões, por meio de um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Lá os policiais encontraram um arsenal de armas brancas, munições de arma de fogo e simulacros. Ele acabou preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
“Nessa toada, consignou-se na representação da medida cautelar que o custodiado é apontado como líder jurídico-financeiro e conselheiro da facção criminosa Comando Vermelho, atuando diretamente na cobrança de dívidas, bem como em movimentações financeiras milionárias desprovidas de lastro fiscal, desempenhando funções qualificadas como de natureza ‘intelectual’ e ‘financeira’ no âmbito da organização criminosa”, consta na decisão.
Ainda conforme a decisão, o advogado também “ostenta” uma extensa ficha criminal, com registros envolvendo delitos de ameaça, injúria, difamação, perseguição, violência doméstica e familiar e abandono material de menor.
“Diante desse contexto, o art. 310-A, § 3º, inciso IV, do Código de Processo Penal, na redação introduzida pela Lei n.15.272/2025, passou a prever expressamente que o fundado receio de reiteração delitiva, inclusive à vista da existência de outros inquéritos e ações penais em curso, constitui critério objetivo para a aferição da periculosidade do agente e, por consequência, para a decretação da prisão preventiva”.
A operação
A Operação Efatá surgiu a partir de investigações, iniciadas em 2022, relacionadas a um esquema de um grupo criminoso que movimentava valores por meio de empresas de fachada, contas em nome de laranjas e pessoas jurídicas vinculadas ao grupo criminoso.
A Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc) aponta que os integrantes da organização e familiares movimentavam altos valores em contas pessoais sem comprovação de origem. O dinheiro era fracionado em pequenas quantias e transitava entre contas físicas e jurídicas, a fim de ocultar a procedência ilícita.
Durante a operação foram expedidas 148 ordens judiciais pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz de Garantias de Cuiabá.
Nesta fase, são cumpridos 34 mandados de busca e apreensão, 40 medidas cautelares diversas de prisão, 40 bloqueios de contas de pessoas físicas, 19 bloqueios de contas de empresas, totalizando até R$ 41,2 milhões, além do sequestro de imóveis e 15 veículos.
O trabalho contou com o Núcleo de Inteligência e o Laboratório de Lavagem de Capitais da Polícia Civil, que reuniram provas da estrutura financeira da facção. Durante as investigações, que tiveram início em 2022, vários integrantes foram presos em flagrante por tráfico de drogas.
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