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“As mulheres têm importância na reestruturação da política e na materialização da democracia”, diz ministra em debate sobre protagonismo feminino



A abertura do CB Debate Histórias de Consciência: Mulheres em Movimento, promovido pelo Correio Braziliense com apoio do programa Movimente do Sebrae-DF, reuniu nesta quarta-feira (19) autoridades, pesquisadoras e lideranças femininas para discutir o papel das mulheres — especialmente negras — na cultura, na sociedade e na construção de um Brasil mais justo. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou da abertura e destacou o caráter urgente e transformador das políticas públicas voltadas à igualdade racial e de gênero.
Ao iniciar o discurso, a ministra ressaltou o protagonismo histórico das mulheres negras — como criadoras, gestoras, educadoras, trabalhadoras e líderes comunitárias — e reforçou o compromisso do Ministério da Cultura (MinC) em ampliar sua presença nos espaços de decisão e fomento. “Começamos nosso Ministério fazendo ações para trazer mais mulheres para as nossas políticas. Esse processo precisa concretizar essa perspectiva para as mulheres negras, para as mulheres indígenas”, pontuou.
Margareth Menezes lembrou ainda que as mulheres são maioria entre os trabalhadores da cultura e destacou a potência da pluralidade da população. “As mulheres têm importância na reestruturação da política, da sociedade e na materialização da democracia”, complementou.
Políticas afirmativas e ações estruturantes
Durante sua fala, a ministra apresentou um panorama das ações do MinC voltadas à ampliação do acesso e da representatividade feminina negra na cultura. A exemplo da Campanha Cultura Negra Vive, ação permanente que conecta políticas afirmativas, celebrações simbólicas e fomento direto, evidenciando a produção cultural de mulheres negras em todo o país. Ela lembrou ainda do -Edital Ruth de Souza, com investimento de R$ 36 milhões, que selecionou projetos de longas-metragens dirigidos majoritariamente por mulheres negras e indígenas; e o Prêmio Carolina Maria de Jesus, que destinou R$ 2 milhões a obras inéditas de autoras brasileiras, reservando 20% das vagas para mulheres negras.
“Que essas histórias inspirem e movimentem novas ações, novos olhares e novas políticas”, concluiu a ministra.
Caminhos para o futuro
A abertura também contou com a participação da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão; e a educadora e pesquisadora, Gina Vieira Ponte, idealizadora do Programa Mulheres Inspiradoras, trouxe reflexões sobre desigualdades históricas e referências femininas negras na construção do país.
Sobre o evento
Realizado em formato presencial e com transmissão on-line, o CB Debate integra a tradicional série de encontros do jornal, dedicados a ampliar o diálogo público em torno de desenvolvimento, inclusão e diversidade. Nesta edição especial do mês da Consciência Negra, o evento abriu espaço para reflexões sobre histórias, trajetórias e desafios que atravessam a vida das mulheres brasileiras.



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