O governador Mauro Mendes (União) alertou, em um vídeo divulgado nas redes sociais nesta quarta-feira (6), para os riscos da “bandidolatria” entre os adolescentes.

Elas vão ter tempo para refletir sobre esse comportamento errado
A declaração ocorre após a repercussão de um vídeo em que alunas adolescentes da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, agridem fortemente uma colega, em uma espécie de “salve”.
“Esse episódio das adolescentes que espancaram a colega mostra que a ‘bandidolatria’ é um mal que está tomando conta dos nossos jovens em todo o país, com alguns imitando o modo de agir das facções”, escreveu o governador na postagem.
No vídeo, Mendes afirmou que as cenas que chocaram os mato-grossenses são práticas típica das facções criminosas “que infelizmente no Brasil tem crescido muito nos últimos anos e têm inspirado jovens a fazer essa idolatria do crime”.
Segundo as investigações, a sessão de tortura foi praticada por quatro adolescentes, de idades entre 11 e 14 anos, contra outra garota da mesma faixa etária.
O governador lembrou que, logo na terça-feira (5), a Justiça de Mato Grosso determinou a internação de três. A mais nova, de 11 anos, não pode ser internada porque o ECA (Estatuta da Criança e do Adolescente) estabelece que esse tipo de punição só atinge menores a partir de 12 anos.
“Elas vão ter tempo para refletir sobre esse comportamento errado e, acima de tudo, que escolher o caminho do crime só leva a um resultado: ou a prisão ou a morte. Peço aos pais que eduquem seus filhos e não deixem eles tomarem esse caminho”, disse o governador.
“Infelizmente, esse crimes estão acontecendo no nosso país. […] Vamos revisitar nossa leis, mudar esse entendimento que tem na lei brasileira, e apertar o cerco em cima das facções como temos feito aqui em mato Grosso”, emendou ao relembrar do Programa Tolerância Zero de Combate às Facções Criminosas.
Veja:
Sessão de tortura
No vídeo divulgado nas redes sociais na segunda-feira, a vítima aparece ajoelhada, enquanto é agredida com socos, chutes, puxões de cabelo e atingida com golpes de um pedaço de madeira. Durante as agressões, a menina permaneceu imóvel.
Segundo revelado pelo delegado Marcos Paulo Batista de Oliveira, responsável pela investigação, as adolescentes que aparecem nas filmagens pertenciam a um grupo semelhante a uma facção criminosa, que era composto por cerca de 20 meninas, com idades entre 12 e 14 anos.
Na organização, as jovens seguiam normas parecidas com as de facções, aplicando os chamados “salves”, composto por castigos físicos como forma de disciplina entre si. Entre as envolvidas, a Polícia Civil identificou que uma das menores tinha apenas 11 anos de idade.
Nos aparelhos celulares das menores foram encontrados vídeos das outras agressões praticadas por elas. Nas apurações, também foi realizado o levantamento do histórico de familiares das adolescentes, sendo constatado em algumas famílias a presença de integrantes de facção criminosa, o que pode influenciado atuação das menores.
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