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Brasil tem menor nأ؛mero de homicأ­dios em onze anos

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O Brasil teve 45.747 homicأ­dios em 2023, pouco mais de cinco assassinatos a cada hora. Foram registrados 21,2 casos a cada 100 mil habitantes, a menor taxa em onze anos, quando teve inأ­cio a sأ©rie histأ³rica. A maioria das mortes (32.749 casos, ou 71,5%) ocorreu com o uso de armas de fogo. Os dados inأ©ditos estأ£o na publicaأ§أ£o Atlas da Violأھncia 2025, divulgada na manhأ£ desta segunda-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econأ´mica Aplicada (Ipea) e pelo Fأ³rum Brasileiro de Seguranأ§a Pأ؛blica. Os nأ؛meros sأ£o um compilado das estatأ­sticas do Sistema de Informaأ§أµes sobre Mortalidade (Sim), do Ministأ©rio da Saأ؛de. Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea e coordenador do Atlas da Violأھncia, ressalta que o paأ­s vem em uma tendأھncia nacional de queda desde 2018, ano seguinte ao pico de mortes violentas ocasionado, em grande medida, por uma guerra entre as facأ§أµes criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). Em alguns estados, entretanto, a reduأ§أ£o أ© observada desde 2011. — Quando a gente olha de forma desagregada as unidades federativas, a gente vأھ que esse أ© um processo mais longevo. Algumas jأ، estأ£o diminuindo a violأھncia hأ، muitos anos. A grande guerra do narcotrأ،fico acabou escondendo o que estava acontecendo em vأ،rios estados brasileiros — pontuou Cerqueira. De 2017 a 2023, o Brasil apresentou reduأ§أ£o expressiva nos nأ؛meros absolutos de homicأ­dios. Segundo o Atlas, em seis anos o paأ­s passou de 65.602 mortes para 45.747, queda de cerca de 30%. Em 2023, as maiores reduأ§أµes das taxas de homicأ­dios em relaأ§أ£o ao ano anterior foram registradas no Rio Grande do Norte (-18,8%), no Paranأ، (-15,2%) e no Amazonas (-13,4%). Os estados com maior incremento na violأھncia letal foram Amapأ، (41,7%), Rio de Janeiro (13,6%) e Pernambuco (8%). Nأ£o hأ، uma explicaأ§أ£o أ؛nica para a tendأھncia de queda. Uma das razأµes, que Cerqueira chama de “revoluأ§أ£o invisأ­velâ€‌, أ© o aprimoramento de polأ­ticas de seguranأ§a pأ؛blica pelos estados. Para alأ©m do policiamento ostensivo, com mais viatura nas ruas e operaأ§أµes, o modelo privilegia mapear onde os crimes ocorrem, compreender suas naturezas e investir em inteligأھncia para tentar preveni-los. Como exemplos de boas prأ،ticas, ele cita os programas Ficar Vivo!, de Minas Gerais, e Pacto pela Vida, de Pernambuco. — O que dأ، visibilidade na seguranأ§a pأ؛blica أ© a tragأ©dia, as operaأ§أµes espetaculosas, com Caveirأ£o no Rio de Janeiro. Sأ³ que tem uma outra seguranأ§a pأ؛blica atuando em vأ،rios estados do Brasil, sem disparar tiros, mas com base em planejamento, em inteligأھncia policial, em aأ§أµes com prevenأ§أ£o social — destaca Cerqueira. — A boa notأ­cia أ© que algo estأ، mudando. E essa mudanأ§a vem de baixo, dos estados e municأ­pios fazendo polأ­ticas que realmente sأ£o orientadas para o resultado. O processo de envelhecimento populacional em curso, em particular no Norte e Nordeste, أ© outro elemento que continuarأ، a favorecer a reduأ§أ£o dos homicأ­dios. Isso porque os jovens, alأ©m de principais vأ­timas, sأ£o os maiores agentes das mortes violentas. Por fim, outra explicaأ§أ£o para a queda de homicأ­dios أ© acomodaأ§أ£o das disputas por territأ³rios pelas grandes facأ§أµes ligadas ao narcotrأ،fico nos أ؛ltimos anos. Depois de a guerra explodir, em 2016, uma espأ©cie de acordo velado foi firmado para reduzir os custos com o combate. Como consequأھncias, frearam-se as mortes. O estudo chama atenأ§أ£o para um dado que pode elevar o nأ؛mero oficial de homicأ­dios divulgado pelo Ministأ©rio da Saأ؛de, o أ³bito registrado como morte violenta por causa indeterminada. Parte dessas mortes violentas, segundo o Atlas, sأ£o homicأ­dios nأ£o contabilizados pelo Estado, pela incapacidade de identificar suas causas. Para corrigir a estatأ­stica, o Atlas da Violأھncia usa uma metodologia que permite chegar aos chamados “homicأ­dios ocultosâ€‌. Segundo a pesquisa, o Brasil teve 51.608 “homicأ­dios ocultosâ€‌ entre 2013 e 2023, que passaram ao largo das estatأ­sticas oficiais de violأھncia. Isso significa uma mأ©dia anual de 4.692 homicأ­dios que deixaram de ser contabilizados, ou cerca de 10% do total. — A gente precisa ter um bom termأ´metro para medir o fenأ´meno e fazer a polأ­tica correta. Se o termأ´metro estأ، quebrado, estamos medindo a febre a mais ou a menos, e de repente vamos tomar o remأ©dio errado. No caso dos dados da saأ؛de, esse termأ´metro estava meio desregulado, sobretudo para alguns estados. Com essa correأ§أ£o, nأ³s demos visibilidade aos homicأ­dios ocultos — explica Cerqueira. “Tais homicأ­dios correspondem أ  queda de cem Boeings 747-8i totalmente lotados, sem sobreviventes. Portanto, nos onze anos em anأ،lise, ao invأ©s ter ocorrido 598.399, houve, na realidade, 650.007 homicأ­dios no paأ­s. Para que se possa entender a magnitude do problema, o somatأ³rio de homicأ­dios ocultos foi maior do que os homicأ­dios registrados no أ؛ltimo ano analisadoâ€‌, informa trecho do estudo.



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