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Com apoio da Política Nacional Aldir Blanc, exposição em Salvador retrata o universo dos terreiros de candomblé — Ministério da Cultura



Entre 2020 e 2024, o fotógrafo e artista visual soteropolitano Iuri Marc, munido de sua câmera, acompanhou rituais em terreiros de candomblé da capital baiana. O resultado da pesquisa artística e etnográfica pode ser conferido na exposição Ele é Xangô – Nos Terreiros do Candomblé em Salvador, que conta com apoio da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. A mostra já levou mais 1,5 mil pessoas à Casa do Benin e permanece em cartaz até 20 de setembro.
“A ideia surgiu da ligação entre a primeira capital do Brasil e a primeira capital do Rio Grande do Sul com o objetivo de conectar as relações históricas e afrodiaspóricas por meio dos cultos de matrizes africanas. Xangô é o orixá civilizatório e patrono dos terreiros de candomblé. A exposição tenta ilustrar diferentes aspectos e faces do candomblé para iluminar e dar perspectiva a um culto iniciático afro-brasileiro de luta e resistência”, explica Iuri.
Com curadoria de Marcelo Gobatto e Macauly Oliveira, a mostra é composta por 23 fotografias e duas instalações – As Moringas e as Águas Africanas e Corpo-Esteira, que ocupam o pátio interno e a Tatasomba, o espaço educativo do museu. 
O registro das imagens mereceu atenção especial do artista. “Em todos os terreiros existem cuidados e restrições quanto à fotografia durante os rituais. O que se revela por meio do meu trabalho é a intersecção entre a política e a espiritualidade da identidade negra, além de ser um instrumento para enfrentar a destruição do saber ancestral”, salienta.
Além das fotos e instalações, a iniciativa contempla ainda ações educativas e oficinas gratuitas voltadas aos estudantes de escolas públicas e ao público em geral. “É importante ampliar a mostra para além do campo visual por acreditar no potencial emancipatório e educativo do espaço expositivo, se apropriando das narrativas de Ele é Xangô para a construção de um material didático, cartão-postal, pôsteres e visitas guiadas”, observa ele.
Edital
Contemplada em edital estadual da Política Nacional Aldir Blanc, a exposição obteve recurso de R$ 35 mil para ser concretizada. “O apoio é fundamental, sobretudo quando direcionado a iniciativas, como nesse caso, que valorizam o culto afro-brasileiro, a fotografia, a cultura, ações educativas e a arte negra”, analisa Iuri.
A secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC, Márcia Rollemberg, ressalta que a Política Nacional Aldir Blanc tem possibilitado o fomento a inúmeros projetos culturais que valorizam a nossa diversidade cultural e nos conectam com nossas raízes e tradições.
“As comunidades de matriz africana têm uma contribuição fundamental na formação de nossas identidades culturais. Apoiar projetos protagonizados por comunidades tradicionais é essencial para compreendermos e conhecermos a história do nosso povo, reconhecermos a nossa pluralidade e respeitarmos todas as formas de ser, pensar e viver que compõem este imenso e diverso Brasil. A Aldir Blanc é uma política que amplia o acesso ao fomento e promove a cidadania cultural”, frisa ela.



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