A Corregedoria Geral da Polícia Civil informou nesta quarta-feira (6) que abriu um processo de investigação contra policiais da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado), acusados de agredir e torturar o suspeito Fabrício da Silva Lima.
Jogavam água no meu rosto. Ficaram umas duas horas me afogando e pisando
Fabrício é acusado de integrar o grupo que assaltou, na última quinta-feira (31), uma agência da cooperativa Sicredi no município de Brasnorte.
O grupo foi preso na noite de sábado (02). Durante o depoimento, Fabrício acusou quatro policiais de tê-lo torturado e de ameaçar sua família no momento da prisão.
A identidade dos policiais investigados não foi divulgada.
Segundo a Polícia Civil, um processo administrativo foi instaurado para apurar a conduta dos agentes envolvidos na abordagem, após comunicação oficial encaminhada pelo Poder Judiciário.
Segundo relato de Fabrício, após sua prisão, os policiais disseram que o levariam à Delegacia da Polícia Civil. No entanto, teriam conduzido-o até sua residência, onde ele afirma ter sido submetido a afogamento na piscina, agressões físicas, pisoteamento no estômago e ameaças contra seu filho de 11 anos.
“Jogavam água no meu rosto. Ficaram umas duas horas me afogando e pisando. Jogavam na piscina e tiravam, levavam no banheiro, colocavam um pano no meu rosto e pisavam no meu estômago, dois ao mesmo tempo”, relatou.
“Um deles perguntou: ‘Você tem filhos?’. Eu respondi: ‘Tenho sim, um de 11 anos’. Aí ele falou: ‘Ou você fala onde está o dinheiro, ou a gente vai partir pra cima da sua família’. Eu disse: ‘Pelo amor de Deus, podem me matar, fazer o que quiserem comigo, mas meu filho não tem nada a ver com isso. Não sei o que esta acontecendo’”.
Na gravação feita durante o depoimento, Fabrício exibe diversos hematomas pelo corpo, principalmente nos braços e na região abdominal.
Ao final, afirma que, no momento em que tentou denunciar as agressões ao médico durante o exame de corpo de delito, foi novamente ameaçado por um dos agentes.
Vídeo