Início GERAL Delegado: garoto mandou fotos dos pais mortos à namorada

Delegado: garoto mandou fotos dos pais mortos à namorada



Nas mensagens trocadas entre o casal de adolescentes que tramou a morte da família do rapaz, no Rio de Janeiro, a Polícia Civil de Água Boa encontrou fotos do crime e diálogos descritos como “assustadores”, revelando até mesmo “traços de psicopatia”.

Estamos falando de pessoas com alguns traços de psicopatia, porque não é comum que alguém participe de tamanho terror e não sinta nada

 
O adolescente de 14 anos é apontado como o autor da morte do pai, da mãe e do irmão de 4 anos, em Itaperuna (RJ). O motivo seria a proibição imposta pelos pais para que ele viajasse a Mato Grosso e encontrasse sua namorada virtual, uma garota de 15 anos.
 
A menor, moradora de Água Boa, foi apreendida nesta segunda-feira (30), acusada de participar ativamente do crime. Ela conhecia o rapaz havia aproximadamente seis anos e mantinha contato com ele por meio de jogos online e redes sociais.
 
Segundo o delegado Matheus Augusto Soares, titular do município de Água Boa, a Justiça do Rio de Janeiro entendeu que a adolescente participou do crime, especialmente por haver diálogo constante entre o casal no momento da execução.

 
“Ele chegou a mandar fotos da família morta. Após atirar no pai, mandou uma mensagem para ela dizendo que tinha atirado, e ela então replicou a mensagem dizendo ‘agora atira nela’, se referindo à mãe, ou seja, houve uma participação ativa, participou a todo momento do planejamento, da execução e depois da ocultação dos cadáveres”, disse o delegado.
 
Nas conversas, o casal falava, além da morte dos pais do jovem, sobre como iriam se desfazer dos corpos. A Polícia teve acesso ao diálogo por meio das redes sociais da adolescente.
 
“Chama atenção a frieza desses jovens, a forma como eles conversavam tratando a vida humana como se estivessem jogando videogame. Parecia que era um jogo de videogame. Ele matou toda a família, mas continuavam fazendo brincadeiras. Ela se dizendo orgulhosa porque nunca pensou que alguém faria isso por ela. São coisas que chamam muito a atenção dos policiais e que assustam até mesmo o policial mais experiente”, disse.
 
“É difícil definir, mas com certeza nós estamos falando de pessoas com alguns traços de psicopatia, porque não é comum que alguém participe de tamanho terror e não sinta nada, nem demonstre nada. Assim como ela não demonstrou nada em seu depoimento na delegacia, e nem ele demonstrou nada no seu depoimento no Rio de Janeiro”, completou.
 
Para o delegado, isso é resultado da junção de vários fatores, somados à influência de jogos online violentos.
 
O crime
 
O crime aconteceu na noite de 21 de junho, e os corpos só foram localizados na manhã do dia 25, dentro de uma cisterna nos fundos da casa da família, no distrito de Comendador Venâncio.
 
O adolescente teria usado a arma do pai para executar a família. Ele esperou os pais dormirem, pegou a arma escondida debaixo da cama e atirou, segundo a Polícia. Em seguida matou o irmão de 4 anos.
 
O delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª Delegacia de Polícia, afirmou que o menor confessou o crime com “frieza” durante interrogatório.
  
Na terça-feira (24), o adolescente compareceu à delegacia acompanhado da avó para registrar o desaparecimento dos familiares. No entanto, durante as investigações, os policiais descobriram inconsistências em seu relato.
 
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