O governador Mauro Mendes (União) afirmou, na manhã desta quinta-feira (10), ter recebido com “muita surpresa e certa preocupação” a notícia de que o presidente norte-americano Donald Trump vai impor tarifas de 50% aos produtos brasileiros.

As contas do Governo Federal não andam bem. Imagine um cenário de redução das exportações
Conforme Mendes, é hora de o governo brasileiro agir com cautela para não piorar a relação com os Estados Unidos e a situação econômica do país.
“Nós vimos o que aconteceu em relação ao tarifaço da China. Não adianta dobrar a aposta, porque ele [Trump] dobra do outro lado. Ele é muito grande”, afirmou em entrevista no Palácio Paiaguás.
Conforme o governador, o Brasil precisa de uma boa relação internacional para continuar garantindo saldo na balança comercial.
“As contas do Governo Federal não andam bem. Imagine um cenário de redução das exportações, um cenário em que tenhamos desequilíbrios mercadológicos causados por essas interferências”, disse. “É hora de ter juízo, de ter sensatez, colocar o Brasil em primeiro lugar, deixar esse viés ideológico de lado e fazer aquilo que é bom para o país”.
Mendes também reforçou a necessidade de que o tema não seja tratado com paixões ideológicas.
“Existe muito radicalismo, posições desarrazoadas, talvez, de ambos os lados. Temos que focar naquilo que produz resultado para o País. Eu não quero entrar em um debate ideológico neste momento — se Lula está certo, se Bolsonaro está certo —, mas acho que Lula, nosso presidente, tem que focar no País e nos problemas, assim como o Trump tem que fazer no país dele”.
Um dos setores mais atingidos em Mato Grosso é o da pecuária. Conforme a Acrimat (Associação dos Criadores de Mato Grosso), com a tarifa, a tonelada da carne produzida no Estado vai chegar aos norte-americanos a U$ 8,6 mil, ou R$ 48,1 mil na cotação de hoje.
O aumento da tarifa foi anunciado pelo norte-americano em uma carta enviada ao presidente Lula, que ele tornou pública.
Na carta Trump alega que o Brasil persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro, não respeita a liberdade de expressão e ainda mantém, com os Estados Unidos, uma relação comercial superavitária.
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