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Em posts, relação entre Trump e Musk foi do amor à guerra; relembre


A lua de mel entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o empresário Elon Musk implodiu, culminando com um bate-boca e troca de ofensas públicas entre os dois na quinta-feira (5). Os dois, que estreitaram laços nas últimas eleições presidenciais, vivenciam altos e baixos há alguns anos.

 

Boa parte dessa trajetória pode ser contada a partir dos posts que ambos publicaram nas redes sociais: Musk antes e depois de se tornar dono do X, o antigo Twitter que ele rebatizou, e Trump, no X e mais frequentemente no Truth Social, rede criada por ele e da qual é proprietário. Relembre a seguir:

2022 – As primeiras aproximações

 

Na primeira postagem de mais relevância política de Elon Musk, em maio de 2022, o bilionário dono da Tesla anunciou que deixaria de apoiar candidatos democratas porque “eles se tornaram o partido da divisão e do ódio.” “Votarei nos republicanos,” escreveu no então Twitter.

 

Meses depois, Musk sugeriu que não apoiaria uma nova candidatura de Trump. Em resposta, o republicano escreveu na sua rede social Truth que a Tesla não teria valor sem apoio federal. Musk retrucou e disse que Trump deveria “pendurar o chapéu e navegar para o pôr do sol”.

 

No fim daquele ano, Musk comprou o Twitter, que passou a ser X, e reativou a conta de Trump que estava suspensa desde o ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021.

2024 – Endosso à candidatura

 

O apoio oficial à corrida de Trump se deu em julho de 2024, após o republicano sobreviver a uma tentativa de assassinato em um comício de sua campanha na cidade de Butler, na Pensilvânia.

 

“Eu endosso totalmente o presidente Trump e espero por sua rápida recuperação”, escreveu Musk junto com um vídeo do momento em que o republicano, ensanguentado, ergue seu punho no ar.

 

Após Trump ser eleito, Musk foi nomeado para liderar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), que implementou cortes drásticos em gastos e promoveu demissões de servidores públicos federais. A empreitada não vingou –o Doge não conseguiu atingir as metas prometidas por Musk. Em outra frente, mirou programas de diversidade e da Usaid, agência de ajuda externa dos EUA.

2025 – Amor heterossexual, desgaste e rompimento público

 

Rapidamente, Musk virou figura frequente no círculo íntimo do presidente, participando de reuniões de gabinete e viajando no Air Force One, o avião presidencial americano. Em fevereiro, Musk compartilhou uma declaração: “Eu amo @realDonaldTrump tanto quanto um homem heterossexual pode amar outro homem.”

 

Trump apoiou Musk em meio à turbulência de seu plano de demitir trabalhadores federais. “Todos os membros do gabinete estão extremamente satisfeitos com Elon”, escreveu Trump no Truth, no dia da primeira reunião de seu gabinete, em 26 de fevereiro.

 

No mês seguinte, Trump anunciou que compraria um Tesla para demonstrar apoio a Musk. Naquela época, a empresa tinha tido uma queda de 15% nas ações -investidores da marca temiam uma rejeição dos consumidores devido à proximidade de seu fundador com Trump e líderes de ultradireita na Europa.

 

O republicano também disse que o bilionário estava “fazendo um TRABALHO FANTÁSTICO” e acusou “lunáticos de esquerda radical” de tentar “boicotar ilegalmente a Tesla, uma das maiores montadoras de carros do mundo e o bebê de Elon”.

 

Em abril, Musk chamou o conselheiro de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, de idiota depois que o consultor rejeitou a proposta do bilionário por “tarifas zero” entre EUA e Europa. A Casa Branca decidiu não intervir.

 

Durante uma reunião de seu gabinete no final daquele mês, Trump elogiou e agradeceu a Musk -mas sugeriu que, em algum momento, o bilionário iria querer “voltar para casa, para seus carros”. O desgaste começava a aparecer.

 

Musk, então, anunciou em 28 de maio que deixaria o governo.

 

Após sua saída, Musk criticou fortemente o megaprojeto de lei orçamentária de Trump, argumentando que prejudicaria o trabalho feito por sua equipe de redução de custos governamentais. Os comentários foram feitos em entrevista ao CBS Sunday Morning.

 

O clima voltou a azedar nesta semana após Musk elevar o tom contra a proposta. Em uma série de publicações no X na terça-feira (3), o bilionário chamou o projeto de “uma abominação nojenta”.

 

A ruptura viria dois dias depois, nesta quinta (5). “Elon e eu tínhamos uma ótima relação. Não sei se continuaremos tendo. Fiquei surpreso”, disse Trump à imprensa durante reunião com o premiê alemão, Friedrich Merz.

 

Enquanto Trump falava, Musk disparava postagens no X, contestando afirmações. “Sem mim, Trump perderia a eleição”, chegou a publicar.

 

Trump revidou em um post no Truth: “O jeito mais fácil de economizar dinheiro em nosso Orçamento, bilhões e bilhões de dólares, é acabar com os contratos e subsídios do governo com Elon. Eu que fiquei surpreso que Biden não tenha feito isso.”

 

Musk então afirmou, sem apresentar provas, que o nome do presidente consta nos registros do caso Jeffrey Epstein, investidor americano acusado de crimes sexuais e que se suicidou na prisão em 2019. A Casa Branca chamou os ataques de lamentáveis.

 

Um dia após a lavação de roupa suja, Trump sinalizou nesta sexta-feira (6) que não pretende falar com Musk e “nem pensa” nele, indicando um rompimento definitivo com até então aliado. Mais do que isso, o presidente planeja vender o Tesla vermelho que comprou de Musk em março, disseram funcionários da Casa Branca a jornais americanos.





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