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Escolas Livres ofertam programação de fortalecimento do protagonismo de pessoas com deficiência — Ministério da Cultura



Uma série de ações marcadas por formações e manifestações artísticas que reafirmam o direito à cultura, à cidadania e ao protagonismo das pessoas com deficiência, além da luta contra o capacitismo. Esse é o Setembro Verde, momento em que se dá visibilidade à luta pelos direitos sociais e culturais das pessoas com deficiência. Nesse período, a Rede Nacional Escolas Livres de Arte e Cultura, com suas 68 entidades organizadas, oferece programação diversa de acessibilidade cultural.  

Dentre as entidades que atuam na pauta, destaque para quatro organizações que estão realizando formações e ofertando experiências artísticas sobre o tema: Escola de Arte e Cultura Beija-Flor, o #estudeofunk, o Instituto Incluir e o Teatro Novo.  

Escolas Livres   
“Não há educação sem cultura. Ambas caminham em nossas vidas e devem andar juntas como políticas integradas. Dessa confluência, temos uma diversidade de espaços formativos que oferecem à sociedade civil atividades, por exemplo, em teatro, dança, circo, literatura, música, audiovisual, artesanato, culturas populares, afro-brasileiras e indígenas”, afirma o secretário de Formação, Livro e Leitura do MinC, Fabiano Piúba.    

Selecionadas em 2023 pelo Minc, via edital de seleção pública, as Escolas Livres de Arte e Cultura são instituições da sociedade civil que atuam no desenvolvimento de tecnologias socioculturais e educativas, gerando impactos sociais que promovem a cidadania em abordagens colaborativas. As entidades participantes da rede nacional atuam em diversas linguagens e territórios, desenvolvendo ações coletivas a partir do fomento de políticas públicas.   Para saber mais das 68 escolas livres, clique aqui.

Escola Teatro Novo (RJ) A Escola Livre Instituto Teatro Novo realiza, no mês de setembro, uma série de ações marcadas. Nas ruas, o protagonismo, conforme explicou a entidade, ecoou em forma de festa e resistência com o Bloco Percussomos do Amor, composto por mais de 42 ritmistas com deficiência – em sua maioria pessoas com síndrome de Down – que emocionaram o público durante Caminhada, realizada na orla de Icaraí, em Niterói.  

A iniciativa nasceu das oficinas do Instituto e mostrou que o carnaval é, também, espaço de luta contra o capacitismo e de afirmação da diversidade. Com uma proposta de enredo que enfrenta o capacitismo, o bloco ainda contou com recursos de acessibilidade: um puxador com deficiência física, tradução em Libras e um leque que contém o samba-enredo com QR Code em versão acessível.  No dia 24, o Instituto Teatro Novo, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, apresenta fragmentos da peça Mais do que a Casca de Nós, no Museu da Justiça, como ato simbólico pela garantia de direitos. Com dramaturgia e concepção de Leonardo Corajo, a obra reúne 10 atores com deficiência intelectual, autismo e síndrome de Down, que reinterpretam Hamlet, de William Shakespeare, para refletir sobre desejos, frustrações e a potência da existência em uma sociedade ainda marcada por olhares capacitistas.  

Na sexta-feira (26), a escola realiza mais uma sessão do Cineclube Protagonista, em sua sede em Niterói.  

Instituto Incluir (MG)  O Instituto promoveu durante a execução do projeto uma programação potente voltada à formação literária, à promoção da acessibilidade cultural e o protagonismo das pessoas com deficiência. O destaque, no entanto, foi o Curso EAD de Acessibilidade Cultural, com abrangência nacional. Essa formação reuniu gestores, produtores culturais, professores e artistas de diferentes regiões do Brasil para refletir e aprofundar práticas inclusivas e acessíveis nos espaços e projetos culturais.  

Ofertado de forma totalmente gratuita e no turno noturno, o curso foi especialmente planejado para garantir o acesso de profissionais com rotinas diversas, ampliando o alcance das políticas públicas de acessibilidade cultural. As ações realizadas em Minas Gerais e no ambiente virtual demonstraram resultados concretos. Pessoas com deficiência relataram se ver, pela primeira vez, como autoras de suas próprias narrativas, com maior autoestima e sentimento de empoderamento.  

Os participantes do curso EAD tornaram-se agentes multiplicadores, atuando como referências em seus territórios na promoção da acessibilidade cultural.  

Escola #estudeofunk (RJ)

Foto: Acervo / #estudeofunk
No Rio de Janeiro, a #estudeofunk lançou, no último dia 21, o videoclipe em Libras da música Fé na Batalha, de Nabru, presente no álbum EOF Vol. 5. O lançamento, segundo a organização, marcou um passo importante para a acessibilidade no trabalho da produtora de funk e projeto de aceleração artística e conta com a participação da intérprete de Libras Thamires Alves Ferreira, profissional que se tornou referência em festivais e grandes palcos, como o Lapa pela Lapa, Rock the Mountain, além de shows de nomes como Anitta e MC Cabelinho.   

A produção da faixa é assinada por Macarte e a direção do clipe é de Felipe Combo. O lançamento é o primeiro audiovisual com acessibilidade do #estudeofunk, que visa realizar um trabalho com cada vez mais diversidade e protagonismo.    

Escola de Arte e Cultura Beija-Flor (AC) 

Foto: Acervo / Escola Beija Flor
A Escola de Arte e Cultura Beija-Flor, sediada em Rio Branco (Acre), concluiu os cursos de Iniciação ao Teatro e Sustentabilidade, ambos com a participação ativa de pessoas com deficiência e alunos neurodivergentes. Essa presença reafirmou a vocação da instituição como espaço acolhedor, inclusivo e transformador, onde cada estudante encontra oportunidade para aprender, expressar-se e acreditar em seu próprio potencial. 

Além disso, o Curso de Iniciação ao Teatro, realizado em parceria com a Cia Cata-Ventos de Cultura, teve seu encerramento no Teatro Laboratório da Universidade Federal do Acre (UFAC). Os alunos apresentaram performances autorais, abordando temas como ansiedade, bullying, abuso infantil, fé, diversidade. A experiência mostrou-se transformadora, especialmente no que diz respeito à valorização da diversidade e à força da arte como terapia. 



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