O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, disse que o presidente Donald Trump estuda aplicar tarifa zero para os alimentos que não são produzidos nos EUA. Ele citou diretamente café, cacau, abacaxi manga para falar sobre o tema.
Apesar disso, Lutnick não comentou sobre o Brasil. O país é um dos que mais envia, por exemplo, café para os EUA (responsável por 33% de todo consumido no país, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), além de um dos maiores exportadores de laranja.
‘O presidente incluiu que se você cultivar algo e nós não cultivarmos, isso pode chegar a zero. Portanto, se fizermos um acordo com um país que cultiva manga ou abacaxi, eles podem entrar sem tarifa porque o café e o cacau seriam outros exemplos de recursos naturais’, comentou em entrevista à CNBC.
O secretário comentou que esses produtos são classificados como naturais e poderiam entrar sem uma taxa caso ocorra um acordo com os países que exportam. Na ocasião, ele comentava a situação da União Europeia.
Ainda em entrevista à CNBC, Lutnick falou que o país irá fechar todos os acordos tarifários até sexta-feira, dia 1º de agosto, quanto as taxas entrarão em vigor.
Presidentes do Brasil, Lula, e dos EUA, Donald Trump — Foto: Alan Santos/PR e Gustavo Moreno/STF
Ele não citou diretamente o Brasil, porém falou que essa data vale para todos os países, menos a China, em que há negociações separadas.
‘Para o resto dos países do mundo, as coisas precisam ser definidas até sexta-feira (1). E sexta-feira não está muito longe’.
Segundo Lutnick, o único pedido de Trump para um acordo comercial é ter os ‘mercados totalmente abertos’, sem dar mais detalhes sobre o que isso significaria.
‘Nós fazemos nosso trabalho, a negociação, e apresentamos para o presidente e ele define se aceita ou não’, conta o secretário.
Nessa segunda (28), o presidente dos Estados Unidos afirmou que, para os países em que não ocorrer um acordo, as tarifas ficarão entre 15% e 20%. Apesar disso, o Brasil segue com uma possível taxação em 50%, com dificuldade de negociações.
Senadores brasileiros nos EUA tentam negociar
Presidente da CRE, Nelsinho lidera comitiva, da qual participa líder do governo. — Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
A comitiva de senadores brasileiros que está nos Estados Unidos para tentar negociar a redução das tarifas vai se reunir nesta terça-feira (29) com deputados dos partidos Democrata e Republicano.
A três dias do início previsto para a cobrança da sobretaxa de 50% sobre as exportações brasileiras, ainda não foi anunciado nenhum acordo em andamento.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o governo Lula estaria negociando a exclusão de alimentos e da Embraer do tarifaço de Trump.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e líder da comitiva, Nelsinho Trad, disse já há seis nomes confirmados entre democratas e republicanos para o encontro de hoje. Apesar de não haver nenhuma reunião prevista com integrantes do governo Trump, o senador espera que a interlocução chegue até a Casa Branca.
Nessa segunda (28), os senadores brasileiros se reuniram com representantes da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos e empresários de grandes companhias americanas. Na lista, representantes dos setores de energia, farmacêutico, químico, siderúrgico, tecnológico e de transportes.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também está nos Estados Unidos, mas ainda não recebeu nenhum convite da Casa Branca para conversar.
Durante um evento no Rio de Janeiro, o presidente Lula voltou a dizer que espera a abertura do diálogo com Donald Trump.
Enquanto o prazo para o tarifaço vai se esgotando, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repete o discurso de que o Brasil pretende negociar com os Estados Unidos.
Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin apresentaram a Lula o plano de ajuda aos setores que podem ser mais afetados pela tarifa de 50%.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que vai aplicar tarifas de 15 ou 20% aos países que até sexta-feira não se acertarem com os Estados Unidos. O presidente americano não explicou como ficaria a situação de países como o Brasil, com os quais ele não aceitou nem conversar.
Nos pactos já acertados, o Reino Unido foi o único país que ficou com os 10% originais. União Europeia e Japão vão pagar 15%; Indonésia e Filipinas,19%; e Vietnã, tarifa de 20%.