Início GERAL “Herdeiro” era do “baixo clero” e ascendeu após prisão de líder

“Herdeiro” era do “baixo clero” e ascendeu após prisão de líder



O delegado Rodrigo Azem afirmou que Joseph Ibrahim Khargy Junior, preso nesta quarta-feira (10) durante a Operação Tempo Extra, era do “baixo clero” de uma facção criminosa e somente ascendeu ao comando três meses após a prisão do então líder, Paulo Witer Farias Paello, mais conhecido como “W.T.”.
 

Depois das prisões da Apito Final, eles se reestruturaram e se reorganizaram para que pudessem continuar na empreitada criminosa

Joseph é chamado pela Polícia Civil de “o herdeiro” da facção e movimentou mais de R$ 1 milhão com tráfico e lavagem de dinheiro. A operação desta quarta é um desdobramento da Operação Apito Final, que já mirava o esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 65 milhões.
 
Segundo o delegado, Joseph já aparecia na Operação Apito Final, mas de forma inexpressiva, não sendo alguém de relevância dentro da facção. Quando Paulo Witer foi preso, em abril de 2024, entre junho e julho daquele ano, Joseph começou a surgir, para a investigação, como o novo líder da organização criminosa.
 
“O objetivo foi demonstrar a estabilidade e permanência da facção criminosa no cometimento de crimes de lavagem de dinheiro e de tráfico de drogas. Ficou demonstrado na investigação que, depois das prisões da Apito Final, eles se reestruturaram e se reorganizaram para que pudessem continuar na empreitada criminosa, inclusive com algumas novas pessoas assumindo funções”, disse o delegado.

 
Segundo Azem, quase todos os alvos da atual organização já haviam sido investigados na Apito Final. Uma das exceções foi o próprio Joseph, que ressurge, conforme a Polícia, “assumindo e ordenando” o trabalho da facção.
 
“Ele não estava inicialmente na Operação Apito Final [como alvo], surge após a deflagração da operação no ano passado, assumindo uma função importante relacionada a um dos líderes da Apito Final. Ele teve um início no grupo, mas foi nessa reestruturação que surgiu na nossa investigação”, afirmou.
 
O delegado disse, ainda, que não houve uma expansão da organização e sim a reestruturação dela, com o objetivo de angariar recursos para a manutenção das atividades criminosas.
  
“Ficou demonstrado de forma robusta, na análise de todos os dados das investigações, o envolvimento dele no tráfico de drogas e no controle financeiro da organização criminosa”. 
 
De acordo com a Polícia, entre Joseph e Paulo Witer foram encontradas muitas conversas que demonstram uma intimidade grande e o domínio do tráfico de drogas em regiões de Cuiabá. 
 

 
Apito Final
 
Deflagrada em abril de 2024 pela Polícia Civil, por meio da GCCO/Draco, a Operação Apito Final revelou um esquema de lavagem de dinheiro estimado em mais de R$ 65 milhões. Na ocasião, foram cumpridas 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.
 
A investigação, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal utilizava diversas pessoas — entre amigos, familiares e advogados que atuavam como ‘laranjas’ — para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.
 
Tempo Extra
 
A operação é considerada uma extensão direta da Operação Apito Final, já que os alvos de ambas as operações são praticamente os mesmos, o que reforça a tese de continuidade das atividades criminosas por parte do grupo.
 
A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo, impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de capitais.
 
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