Início GERAL Invasor de sistema da Polícia usava dinheiro do crime em bets

Invasor de sistema da Polícia usava dinheiro do crime em bets



Líder de um esquema que invadia o sistema da Polícia Civil de Mato Grosso, utilizando credenciais vazadas, para cometer fraudes, o jovem de 20 anos identificado como “Ganso” investia o dinheiro obtido no crime em apostas esportivas e investimento em criptomoedas. Ele teve mandado de prisão cumprido na manhã de terça-feira (21).
 

Ganso não só usava a mãe e a namorada  para lavar dinheiro, como também apostas em plataformas

De acordo com o delegado Gustavo Godoy, o jovem que invadiu o sistema da Polícia após assistir tutoriais na internet participava de um esquema que possuía sites para venda de números de cartões de crédito clonados e adulteração de chassis de carros apreendidos pela Polícia. O grupo faturou quase R$ 6 milhões em lucro com o crime. 
 
Ganso lavava o dinheiro utilizando nomes de parentes e em apostas esportivas, conhecidas como bets. Caso houvesse ganho nas apostas realizadas, o dinheiro era sacado com aparência lícita. 
 
“O alvo principal, o vulgo Ganso, não só usava a mãe e a namorada na época para lavar esse dinheiro para ele, como também a utilização de apostas em plataformas. Esse dinheiro sujo, proveniente do crime, era colocado nessas bets e, depois, caso tivesse algum tipo de ganho, o dinheiro era sacado”, afirmou o delegado. 

 
Além disso, o jovem também aplicava o dinheiro ilícito em criptomoedas, como bitcoins, e retirava quando tivesse valorização. Ele conseguia até o triplo do valor original que havia depositado. 
 
“Ele pegava o dinheiro sujo, colocava numa criptomoeda, um bitcoin, por exemplo, e, depois, quando tivesse a valorização desse bitcoin, sacava o valor acrescido”, disse. 
 
Site de fraudes
 
O grupo tinha pelo menos três sites diferentes em que ofereciam números de cartões de crédito clonados. Os compradores entravam no site, se cadastravam e tinham acesso a login e senha na plataforma, onde conseguiam consultar os dados dos cartões e fazer compras com ele. 
 
Ainda, o grupo possuía um canal de suporte aos usuários por meio dos aplicativos de mensagens Telegram e no WhatsApp. Nele, as pessoas podiam tirar dúvidas relacionadas ao uso dos cartões e compartilhar experiências exitosas com a fraude. 
 
Os próprios integrantes do esquema também utilizavam os cartões de crédito fraudados para compra de aparelhos como notebooks, celulares e outros dispositivos.
 
Os sites e os canais de dúvidas nos aplicativos de mensagens foram retirados do ar durante a terceira fase da Operação Código Seguro, que identificou o início das fraudes a partir da invasão de Ganso ao sistema da Polícia Civil de Mato Grosso. 
 
“Milhares de pessoas que ficavam lá o dia inteiro conversando, debatendo formas de dar golpe, fragilidades, o melhor lugar para conseguir fazer uma compra com cartão de crédito clonado. E esses grupos foram derrubados com autorização judicial”, afirmou.
 
Terceira fase 
 
Essa é a terceira fase da Operação Código Seguro, contra o grupo criminoso que atuava em diversos estados do país. Eles obtinham e comercializavam dados sensíveis do sistema da Polícia Civil e por outros meios para fraudes e demais crimes pela internet.
 
Nesta fase foram cumpridas 48 ordens judiciais expedidas pelo Núcleo de Justiça do Juiz de Garantias de Cuiabá com base em investigações conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI).
 
Entre elas estão sete mandados de prisão, 15 de busca e apreensão, 15 de afastamento telemático, três retiradas de sites do ar, sete retiradas de canais do Telegram, uma retirada de grupo de WhatsApp e sequestro de valores no valor de mais de R$ 5,9 milhões.  
 
Os mandados são cumpridos fora do estado de Mato Grosso, sendo identificados alvos em nove estados do país. As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de  São Paulo (SP), Francisco Alves (PR), Fortaleza (CE), Riachão (MA), Cabo Frio (RJ), Jaraguá do Sul (SC), Lauro de Freitas e Apuarema (BA), Manaus (AM), Coronel Murta (MG).
 
Ganso teve o mandado cumprido na prisão de Cascavel, porque já estava detido há um mês após comprar combos de bebidas e camarotes em uma boate em Toledo, no interior do Paraná, com cartões falsos e levantar suspeitas do proprietário. 
 
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