O deputado estadual Júlio Campos (União) criticou duramente a proposta aprovada na Câmara Federal que amplia de 513 para 531 o número de parlamentares federais a partir de 2027.
Para Júlio, a medida ignora o que determina a legislação e representa mais um exemplo de “improvisação” dos deputados federais.
Se eu tivesse em Brasília como deputado, eu votaria contra essa anarquia de aumentar mais deputados federais sem precisar
“O Brasil é país do não cumprimento da lei e da improvisação. Esse é o meu protesto! Se eu tivesse em Brasília como deputado, votaria contra essa anarquia de aumentar mais deputados federais sem precisar”, afirmou.
Para Julio, a Câmara Federal deveria fazer um remanejamento de cadeiras proporcionais aos estados: diminuir as cadeiras em estados com queda populacional, enquanto aqueles com crescimento deveriam ganhar novas vagas.
“Ao invés de cumprir a lei que determina a redistribuição de cadeiras conforme a população, estão criando mais vagas. Isso é ridículo”, disse.
“Cada novo deputado federal custa cerca de R$ 2,5 milhões por ano. É uma irresponsabilidade criar mais despesas públicas em vez de reorganizar o que já existe”, completou.
O impacto fiscal está estimado em R$ 64,6 milhões por ano, segundo o relator da proposta Damião Feliciano (União Brasil-PB), e deve ser absorvido pelo atual orçamento da Câmara.
Aumento de cadeiras para MT
ode aumentar a capacidade de articulação do Estado em Brasília. Mas isso não justifica o desrespeito à lei
Conforme a proposta, Mato Grosso ganhará duas cadeiras de deputado federal, chegando a 10 vagas na legislatura que se inicia em 2027. Por consequência, o número de deputados estaduais também deve aumentar.
Mato Grosso, que hoje conta com 24 deputados, deverá ampliar suas cadeiras para 30. A lei prevê três estaduais para cada federal.
Quando questionado sobre o aumento de número de representantes, Julio disse ser importante. Conforme o Censo de 2022 Mato Grosso teve um crescimento populacional de 20,55%, em comparação com o censo de 2010, chegando a 3,6 milhões de habitantes.
“Se a medida for adiante, teremos mais deputados federais, o que pode aumentar a capacidade de articulação do Estado em Brasília. Mas isso não justifica o desrespeito à lei”, afirmou.
O texto ainda vai passar pelo Senado, onde também deverá ser aprovado.
Leia mais sobre o assunto:
“Aumento de vagas vai na contramão do que o Brasil precisa”
Com decisão da Câmara, AL deverá ganhar seis novas cadeiras