A ministra da Cultura, Margareth Menezes, recepcionou nesta quarta-feira (5), em Salvador (BA), o presidente da França, Emmanuel Macron, para a abertura do Festival Nosso Futuro Brasil–França: Diálogos com a África, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro contou também com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do prefeito da capital baiana, Bruno Reis, entre outras autoridades.
O festival integra a Temporada França–Brasil, que conta com extensa programação cultural em celebração aos 200 anos das relações bilaterais entre os países e reforça a cooperação bilateral em torno da cultura, da diversidade e da sustentabilidade.
A etapa baiana da comemorações se estende até o dia 8 de novembro, com debates e atividades que abordam temas como justiça social, igualdade de gênero, cidades sustentáveis e o papel das culturas afrodescendentes, com foco nas conexões entre Brasil, França e África — um diálogo que ganha novo fôlego às vésperas da COP30.
Durante seu discurso, a ministra destacou o simbolismo da capital baiana como palco da abertura. “Também comemoramos a temporada cultural França–Brasil, marcada por duzentos anos de amizade que nos une. Que esse festival seja o começo dessa ponte — uma ligação entre França, Brasil e os países africanos. Que a gente encontre esse lugar de comunicação, de troca, de respeito e de futuro, com mais dignidade para todos nós”, declarou.
Já o presidente francês discursou sobre a importância do encontro para a construção de uma nova etapa nas relações entre os três continentes. “A nova casa do mundo africano está sendo criada peça por peça, degrau por degrau, para aumentar essa relação e mudar as coisas nesse triângulo para melhor”, observou.
Emocionado com a recepção do público baiano, Macron fez agradecimentos aos presentes na abertura: “é um privilégio sentir esse calor, esse acolhimento que tivemos toda essa tarde. Eu não tenho palavras para exprimir o meu sentimento de tão bem que eu fui recebido aqui hoje”. O líder francês ainda salientou a iniciativa conjunta com o presidente Lula para consolidar uma “reinvenção das relações entre os países com a temporada cruzada”.
O governador Jerônimo Rodrigues enfatizou o simbolismo da visita de Macron à Bahia como “um dia muito importante para a história da Bahia”. Ele completou ressaltando o caráter histórico do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), local onde ocorreu a cerimônia. “Foi por aqui que os escravos chegaram. Foi por aqui que nós construímos a nossa relação com a África. E hoje a gente volta aqui para promover o encontro da juventude”.
Na abertura do festival, a musicalidade baiana foi representada por Carlinhos Brown e pela Orkestra Rumpilezz. “Salvador, por si, já condiz com um evento desse. Esse encontro fortalece muito o nosso desejo de manter costumes que conversam sempre com a Europa, a África e o mundo”, disse Brown.
Organizado pelo Institut Français e pela Embaixada da França no Brasil, o Festival Nosso Futuro conta com o apoio do Ministério da Cultura e do Governo da Bahia, reforçando o papel da cultura como ponte entre povos e instrumento de transformação social.
Do Olodum à Casa do Benin: um roteiro de cultura, história e afeto
Antes da cerimônia oficial, Margareth Menezes e Jerônimo Rodrigues, ao lado do presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), João Jorge, e da presidenta da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Maria Marighella, acompanharam Macron em um passeio pelo Centro Histórico de Salvador. O grupo visitou a Galeria Fundação Pierre Verger e a Casa do Benin, com uma parada diante da estátua de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra. O percurso, feito a pé, foi marcado por forte presença popular, ao som dos tambores do Olodum e do Afoxé Filhos de Gandhy. Logo após, a comitiva se direcionou ao Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) para prestigiar a exposição de Roméo Mivekannin.
“Aqui, em cada esquina, pulsa a história, pulsa a memória. É o eco das vozes dos nossos antepassados que chegam às margens desse continente, trazendo vidas de resiliência e transformação”, afirmou a ministra Margareth Menezes.
Em nota, o governo francês destacou que “a etapa em Salvador é dedicada a confirmar a solidez da parceria com o Brasil e o dinamismo dos intercâmbios culturais, além de celebrar e trabalhar com Brasília em uma relação transatlântica reimaginada, associada aos parceiros africanos”.
A titular do MinC enfatizou ainda a parceria entre os governos: “essa aproximação entre as nações é cada vez mais forte. O presidente Macron e o presidente Lula têm uma amizade verdadeira, e o povo francês sempre recebe muito bem a cultura brasileira. É uma boa amizade, que deve prosperar bastante”.
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