O governador Mauro Mendes (União) evitou comentar a fala polêmica do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que chamou o ensino oferecido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) de “uma bosta”.

Tenho o maior carinho pela universidade, fui formado lá, sou filho da Universidade Pública de Mato Grosso
A fala ocorreu após o prefeito ser questionado sobre um vídeo no qual afirmou que alunos da rede estadual não sabiam responder o resultado da equação 4×4. Na ocasião, Abilio criticou a qualidade das universidades públicas no Estado.
“Senhores, não vou ser comentarista das falas de nenhum prefeito de Mato Grosso. Cada um que fale o que quiser e cada um se explique como todo homem público tem o dever de se explicar”, afirmou Mendes na quarta-feira (20) ao ser questionado sobre a declaração recente.
Mendes reconheceu a importância da UFMT para o Estado, mas alegou que a instituição tem pessoas para responderem em nome do patrimônio, citando a reitora e os diretores responsáveis por administrar a universidade.
Apesar de não fazer comentários sobre a declaração de Abilio, Mendes saiu em defesa da universidade pública e lembrou que ele mesmo foi uma das pessoas que se formou pela instituição. O governador fez o curso de Engenharia Elétrica na UFMT.

Cada um que fale o que quiser e cada um se explique como todo homem público tem o dever de se explicar
“Tenho o maior carinho pela universidade, fui formado lá, sou filho da Universidade Pública de Mato Grosso e tenho muito respeito por aquela instituição e pela grande contribuição que ela deu e a oportunidade que deu para transformar a minha vida”, disse.
“Militância política”
Após a repercussão negativa da fala, Abilio foi até as redes sociais para se justificar.
Na publicação, o prefeito afirmou que o que quis dizer na declaração foi sobre os problemas que a instituição enfrenta, atualmente, de pessoas que usam a universidade para fazer “militância política de esquerda”, e da falta de segurança no campus.
“Meu comentário sobre a Universidade Federal é sobre os dias de hoje, quando a militância político-partidária parece ser a prioridade. Tem a morte de uma senhora que faleceu assassinada, está tendo muito roubo, muita insegurança dentro da própria instituição e ainda temos uma série de militâncias políticas, muito mais para uma vertente ideológica de esquerda e o compromisso com o ensino de qualidade, que deveria ser prioridade, acaba ficando um pouco de lado”, afirmou.
Veja o vídeo:
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