Pelo menos oito deputados estaduais cogitam mudar de partido para disputar a reeleição no pleito que ocorrerá em outubro de 2026.
A maioria dos parlamentares aguarda a janela partidária, em março do próximo ano, para conseguirem se filiar às novas siglas. Este é o período que a Justiça Eleitoral libera a troca de partidos sem que os mandatários corram o risco de perder a cadeira.
Apesar de a troca ser permitida somente no ano que vem, as articulações nos bastidores já começaram. Na semana passada, o deputado estadual Nininho foi o primeiro a confirmar mudança de partido. O parlamentar deixou o PSD, do ministro da Agricultura Carlos Fávaro, e revelou que deve se filiar ao Republicanos.
Político de direita, Nininho já havia demonstrado insatisfação com a proximidade do PSD com o Governo Lula (PT). Em nota, afirmou que o Republicanos está mais alinhado com seu posicionamento.
Outro com mudança de partido quase certa é o líder do governador Mauro Mendes (União) na Assembleia, deputado Dilmar Dal’Bosco, que hoje está filiado no União Brasil.
No final de abril, Dilmar afirmou que há de “95% a 99%” de chances de migrar para o PRD, sigla presidida em Mato Grosso por Mauro Carvalho, ex-chefe da Casa Civil.
Sua intenção era dialogar com Mendes para conseguir uma liberação e, assim, não precisar aguardar até a janela partidária. No entanto, a reunião ainda não havia sido marcada.
À imprensa, Dilmar ainda disse que existe a possibilidade do deputado Sebastião Rezende deixar o União no próximo ano. Porém, o parlamentar pontuou que esta seria apenas uma especulação de bastidores, ainda sem confirmação do deputado.
Victor Ostetti/MidiaNews
O deputado estadual Paulo Araújo, que vê dificuldades de reeleição com a superfederação do União Brasil com PP
A formação da federação entre o União Brasil e o Progressistas (PP) também estaria influenciando nas mudanças. Dilmar afirmou que a superfederação estaria impulsionando o deputado Paulo Araújo a deixar o PP, partido que ele é presidente em Mato Grosso, para se filiar em outra sigla.
Mesmo antes da federação, o deputado já havia dito que a superfederação poderia dificultar a eleição da chapa de deputados estaduais do PP, já que o União é o parido mais forte. Nesse contexto, o parlamentar teria seu próprio projeto de reeleição prejudicado.
Debandada em outras siglas
Outro que promete deixar a presidência do PSB para assumir a liderança de outro partido é o deputado Max Russi, atual presidente da Assembleia Legislativa. Ele analisa migrar para o Podemos.
Apesar do pedido do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, para que ele ficasse na sigla, Max disse que não desistiu da mudança e que vai aguardar a janela partidária.
“Não desisti, mas não posso sair agora, a janela é apenas em março. Ele [o presidente] falou que agora não pode sair e ele está certo”, disse à imprensa.
Outro que já confirmou a saída do partido é o deputado Faissal Calil, que vai deixar o Cidadania e ir para o PL. Em entrevista à imprensa, o deputado pontuou o trabalho na eleição municipal de 2024, que auxiliou o partido bolsonarista. E confirmou que o presidente da sigla, Ananias Filho, já garantiu uma vaga para ele no próximo ano.
Os deputados do MDB, Juca do Guaraná e Thiago Silva, também estariam articulando nos bastidores com outros partidos. Apesar de não confirmarem abertamente, a especulação é de que Juca deva ir para o Podemos e Thiago para o Republicanos.
No entanto, a saída de Thiago Silva poderá ser desnecessária caso seja concretizada a federação entre MDB e Republicanos, que está sendo discutida pelas direções nacionais.