A Polícia Civil decidiu responsabilizar por ato infracional análogo aos crimes de tentativa de homicídio e lesão corporal o adolescente de 16 anos que esfaqueou dois alunos no dia 10 de novembro, em uma escola de Rondonópolis (218 km de Cuiabá). Ele foi encaminhado ao sistema socioeducativo, onde deverá permanecer internado inicialmente por 45 dias.
O principal alvo do ataque foi uma estudante de 13 anos, que foi golpeada na virilha, na barriga e na altura do peito com um canivete, sendo que este último golpe perfurou o pulmão dela. Ela passou por cirurgia e já recebeu alta. Um adolescente, de 15 anos, tentou ajudar a vítima e também levou um golpe profundo de canivete nas mãos.
Diversas testemunhas foram ouvidas pela equipe da Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente (Deca) de Rondonópolis, incluindo alunos, funcionários da unidade escolar e familiares dos envolvidos.
Os materiais apreendidos, como o canivete, o caderno e outros objetos relacionados ao fato, foram encaminhados à Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), e a Polícia Civil aguarda agora a finalização dos laudos periciais, incluindo o exame de corpo de delito da vítima.
De acordo com as apurações, o adolescente de 16 anos foi apontado como autor direto das facadas e mentor da ação, que teria sido praticada sozinho no momento da agressão.
Outro adolescente, de 15 anos, foi identificado como partícipante, pois teria fornecido o canivete utilizado no ataque. Conforme o relatório, embora soubesse do plano, ele não adotou qualquer atitude para impedir o ato ou para ajudar a vítima.
Alvo de bullying
O adolescente afirmou à Polícia Civil que agiu após sofrer ofensas da principal vítima, uma menina de 13 anos. Segundo ele, a menor o chamava de “magrelo”, “palito” e “esqueleto”.
Em depoimento, a vítima negou ter praticado bullying contra o menor. Entretanto, várias testemunhas, incluindo o irmão da adolescente, relataram que ela se referia ao agressor de forma pejorativa.
O adolescente de 16 anos foi encaminhado ao sistema socioeducativo, onde e ficará internado inicialmente por 45 dias. O menor de 15 anos responderá em liberdade, salvo se houver futura representação do Ministério Público pela sua internação.
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