A Polícia Civil revelou que a empresária Julinere Goulart Bentos, presa na sexta-feira (9), em Primavera do Leste, por suspeita de ser a mandante do homicídio do advogado Renato Nery, decidiu colaborar com as investigações.
Além dela, seu marido, o empresário César Jorge Sechi, também foi detido, apontado como o outro mandante do crime. Segundo a DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa), quando foi preso, César ficou em silêncio.
De acordo com o delegado Bruno Abreu, no dia da prisão a empresária conversou com ele por algumas horas na casa dela. Entretanto, o delegado não revelou o conteúdo do que foi conversado. A Polícia também não informou como seria essa colaboração de Julinere.
A empresária deverá ser ouvida nesta terça-feira (13) acompanhada de seu advogado.
A confissão
As prisões do casal ocorreram após a confissão do policial militar ex-Rotam, Heron Teixeira Pena Vieira, considerado o arquiteto do crime. De acordo com as investigações, ele foi o responsável por contratar o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva para executar Nery e teria recebido R$ 150 mil dos R$ 200 mil que foram combinados para o serviço de pistolagem.
Alex e Heron estão presos desde o dia 6 e 7 de março, respectivamente, na operação Office Crime – A Outra Face. Na última sexta-feira (9), ambos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado, pelas qualificadoras de motivo torpe, paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima
Em depoimento na DHPP, Heron citou, nominalmente, todos os envolvidos no crime, que já estão presos. Ele afirmou ter sido contratado pelo PM Jackson Pereira Barbosa, que é vizinho de condomínio de Julinere, e de quem teria recebido os pagamentos.
Jackson foi detido no dia 17 de abril, em Primavera do Leste, na segunda fase da Operação Office Crime – O Elo. No mesmo dia, em Cuiabá, foi preso o PM Ícaro Nathan Santos Ferreira, que atua na Inteligência da Rotam, por suspeita de entregar a arma utilizada no homicídio de Nery.
O homicídio
Ex-presidente da OAB-MT, Renato Nery foi atingido por disparos na cabeça no dia 5 de julho de 2024, quando chegava em seu escritório na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá.
Socorrido com vida, ele foi levado às pressas para o Complexo Hospitalar Jardim Cuiabá, onde passou por cirurgias, mas não resistiu e morreu no dia seguinte.