Os corpos de dois dos maranhenses que sumiram em Várzea Grande, em janeiro deste ano, foram identificados pela Polícia, e duas pessoas foram presas no âmbito da Operação Desterro, deflagrada na manhã desta quarta-feira (9), que investiga o caso.
Tudo indica que é uma rixa, uma retaliação a pessoas que eles acreditavam ser de uma facção criminosa rival
Dos cinco trabalhadores que desapareceram em 9 de janeiro, logo após chegarem do Maranhão, as vítimas identificadas foram Diego de Sales Santos, de 22 anos, e Mefibozete Pereira da Solidade, de 25.
Os corpos foram encontrados no mês de março, em uma região de mata no bairro Costa Verde, em Várzea Grande. Foi feito o confronto genético com familiares das vítimas para confirmar suas identidades. Há ainda outros corpos encontrados em diferentes regiões que aguardam exames periciais para tentar identificar as demais vítimas.
Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, com o objetivo de recolher celulares e outros equipamentos eletrônicos para avançar nas investigações.
De acordo com o delegado Rogério Gomes Rocha, que está à frente do caso, houve duas prisões em flagrante: uma por porte ilegal de arma de fogo e outra por fraude processual. As investigações seguem em andamento.
“Uma foi por fraude processual, tendo em vista que um dos nossos alvos, objeto de investigação, era tornozelado, e a sua tornozeleira estava afixada em uma outra pessoa, que recebia mensalmente para se passar por essa pessoa utilizando a sua tornozeleira”, explicou o delegado.
O alvo em questão não foi localizado, apenas a pessoa que estava usando sua tornozeleira.
“Essas buscas têm o objetivo de avançar nas investigações através da confirmação de indícios, estabelecer autorias para que nós possamos chegar aos autores, que são vários, tanto é que são cinco vítimas”, disse.
“As investigações vão prosseguir, vamos analisar todo esse material apreendido para que possamos estabelecer a autoria e identificar os verdadeiros responsáveis por esse crime bárbaro”, completou.
Motivação
De acordo com o delegado, as investigações apontam para uma rixa entre facções. No entanto, até o momento, não há indícios de que as vítimas tivessem envolvimento com qualquer organização criminosa.
“Tudo indica que é uma rixa, uma retaliação a pessoas que eles acreditavam ser de uma facção criminosa rival. Esses moradores do Maranhão, na visão da facção que opera aqui na região, Comando Vermelho, seriam integrantes de uma facção rival”, disse.
“Tudo que indica, na verdade, que eram realmente pessoas que vieram para cá para trabalhar”, afirmou.
Os indivíduos alvos das ordens de busca e apreensão são investigados pelos crimes de tortura, homicídio qualificado, ocultação de cadáver e organização criminosa. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande.
Conforme o delegado, todos os investigados possuem vínculos criminosos, por envolvimento em diversos crimes, como homicídio e tráfico de drogas, com indicativo de integrarem uma facção criminosa.
O trabalho operacional contou com a participação das equipes da DHPP de Cuiabá, com apoio das delegacias da Diretoria Metropolitana e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE).
O crime
As cinco vítimas do Maranhão chegaram em 9 de janeiro a Várzea Grande. No dia seguinte, foram, em tese, identificadas como pertencentes a uma facção rival, razão pela qual foram retiradas pelos criminosos do alojamento, no bairro Jardim Primavera, e levadas para outro local.
As diligências indicaram que os cinco maranhenses foram submetidos ao ritual do “tribunal do crime”. Em seguida, eles foram executados e tiveram seus corpos ocultados. Os cadáveres de duas vítimas foram encontrados no bairro Perinel; os outros três corpos ainda não foram localizados.
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