O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse em entrevista ao Jornal da CBN que a falta de equipes da Enel dificulta o reestabelecimento de energia elétrica e a remoção de 48 árvores que ainda estão caídas da cidade. Nunes afirmou que considera necessária uma intervenção do governo federal na companhia.
‘O que nós estamos fazendo é essa pressão por uma empresa que infelizmente não tem tido condições de atender as demandas da cidade. A gente sabe que cada vez que tiver um vento, uma chuva, nós vamos passar por isso. Então, a gente precisa deixar claro que essa empresa não tem como mais continuar em São Paulo’.
Profissionais da prefeitura trabalham para remover árvore caída na avenida 23 de Maio, em São Paulo — Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Segundo Nunes, a informação fornecida pela Enel de que 1,5 mil equipes estão trabalhando para resolver o problema na capital paulista é falsa. Nesta quinta-feira (11), destacou, menos de 40 veículos estavam circulando pela cidade.
‘Nós pegamos os dados das placas dos veículos que a Enel diz que tem, colocamos no SmartSampa e essas placas não aparecem circulando em nenhum local da cidade de São Paulo’.
Ricardo Nunes disse que notificou, por meio da Procuradoria-Geral do município, a Enel e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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Tarcísio envia ofício à Aneel
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo — Foto: João Valerio / Governo do Estado SP
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que enviou um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) relatando a falta de energia em larga escala provocada pela ventania que atingiu a capital e a Grande São Paulo.
Ao comentar a situação, Tarcísio disse que o Estado está “refém” do contrato — que é federal — e criticou a baixa velocidade de restabelecimento do serviço. Ele voltou a defender que a concessão não seja automaticamente renovada, afirmando que o modelo atual não garante a execução dos investimentos necessários para a modernização da rede.
Em seguida, o governador afirmou o Estado vem alertando a Aneel e o Ministério de Minas e Energia para a fragilidade do sistema. Tarcísio relembrou, ainda, uma fala do ministro Alexandre Silveira que, em setembro, disse que ele e o prefeito Ricardo Nunes estavam “chorando” ao cobrar melhorias da Enel:
“A gente não pode ficar refém, não dá, e é por isso que a gente tem batido tanto nessa questão, porque senão vai ser repetição de mais do mesmo. Todo evento climático, nós vamos ter o mesmo problema. Isso eu falei no último, e aí teve uma crítica do ministro da pasta dizendo o seguinte, ‘que a gente está querendo fazer política com isso’. Fala para essas pessoas que estão sem energia, que quer fazer política. Não é. Qual é a previsibilidade? Quando que a energia vai ser restabelecida? As pessoas ficam dias sem restabelecimento. Pode ter certeza que esse restabelecimento completo vai levar alguns dias. A gente vai ver isso acontecer de novo, e a gente está falando isso sempre.”
Moradores denunciam pedido de propina por funcionários da Enel
A Polícia Militar apura uma suposta cobrança de funcionários da Enel para religar a energia em Diadema, na Grande São Paulo.
De acordo com a PM, o caso ocorreu nesta quinta-feira (11) no Centro da cidade, na Rua São Pedro. Segundo relatos de moradores, foi cobrado inicialmente R$ 300 e, em seguida, mais de R$ 1 mil.
Os policiais militares foram ao local e abordaram os funcionários da Enel. O síndico do condomínio, dois funcionários do prédio que presenciaram o fato, três funcionários da Enel e os supervisores foram conduzidos para o 3º Distrito Policial de Diadema para o registro da ocorrência.




