O presidente da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural), Suelme Evangelista, negou a existência de irregularidades nos gastos do Integraf 2024, evento que custou mais de R$ 500 mil e se tornou alvo de representação no Ministério Público Estadual.
Para Suelme, a representação foi feita por conta de uma disputa política interna e fez duras críticas ao presidente do Sinterp-MT (Sindicato dos Trabalhadores da Empaer), Gilmar Brunetto, o “Gauchinho”, autor da representação.
Segundo Suelme, os valores indicados no evento foram investidos para resolver “um problema histórico crônico” da empresa na capacitação técnica dos servidores.
“O que se chamam gastos indevidos, na verdade, são investimentos na formação dos trabalhadores da Empaer. Nessa programação, a própria CGE [Controladoria Geral do Estado] fez palestras sobre integridade, compras e ética”, disse.
“Teve uma grade de programação de um evento estritamente técnico formado pelos próprios técnicos da Empaer para poder tentar resolver o problema anacrônico de falta de atualização e formação profissional”, acrescentou.
“Não foi um evento festivo, nem de lazer, de entretenimento e muito menos de política. Isso apenas estava dentro de um planejamento e formação continuada da empresa. Não houve gastos exorbitantes”, completou.
“Gauchinho” disse, na representação feita ao MPE, que os custos foram “desproporcionais”. Entre os pontos questionados estão gastos como R$ 210 mil em diárias, R$ 46 mil em coffee break para 400 pessoas durante dois dias e R$ 237 mil com estrutura física — incluindo aluguel de salas, som e iluminação.
O secretário afirmou que toda a documentação referente aos gastos está disponível e será encaminhada à Assembleia legislativa, que também solicitou os dados do evento.
“Tempestade num copo d’água”
Para o secretário, o sindicalista tenta “criar uma tempestade num copo d’água” ao fazer a representação no órgão.
Segundo Suelme, por conta de uma orientação da PGE (Procuradoria-Geral de Justiça), a empresa notificou para o sindicalista retornasse os trabalhos dentro da empresa pública.
É que de acordo com Suelme, “Gauchinho” está a cerca de 30 anos a frente do sindicato e não tem a obrigação de “bater ponto” na empresa.
“Eu notifiquei esse senhor para que ele possa vir trabalhar na empresa, uma vez que nós não temos um acordo coletivo de trabalho e não se tendo legalidade de pagar o salário dele enquanto militante do sindicato, que ganha dinheiro todo mês sem trabalhar para ficar falando mal do governo e fazendo politicagem de interesse pessoal, às vezes partidária, utilizando do recurso público”, disse.
“Esse salário dele será interrompido para que ele possa se apresentar como todos os trabalhadores da empresa, bater ponto, e atender o produtor da agricultura familiar. Caso ele opte por ficar no sindicato é justo que o sindicato pague seu salário. Não tem legalidade, portanto, para pagá-lo”, completou.
Leia mais sobre o assunto:
Sindicato faz representação no MPE contra chefe da Empaer