Início GERAL Rússia sugere que Brics pode aumentar após sobretaxa ao Brasil

Rússia sugere que Brics pode aumentar após sobretaxa ao Brasil


A Rússia indicou que o Brics, bloco de países emergentes integrado também por Brasil e China, poderá aumentar. O pronunciamento foi feito na quinta-feira (10), um dia após o presidente americano Donald Trump anunciar uma sobretaxa de 50% ao Brasil.

 

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, afirmou que a expansão poderia ocorrer por meio dos países parceiros do grupo —que atualmente são Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

 

Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, hoje são membros plenos do Brics Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. A Arábia Saudita, convidada em 2023, nunca oficializou seu ingresso, mas tem escalado representantes para as reuniões.

 

“Estamos confiantes de que os países incluídos no primeiro círculo de [membros] parceiros trarão seus próprios elementos especiais de valor agregado à cooperação do Brics”, disse Riabkov. “Tenho certeza de que outros os seguirão no futuro.”

 

O vice-ministro pontuou, no entanto, que o bloco deve aceitar novos membros de forma cuidadosa. “O Brics não pode se expandir indefinidamente”, disse. A criação de uma categoria de países parceiros ocorreu na cúpula de Kazan, na Rússia, no ano passado.

 

No domingo (6), Trump indicou que poderia aumentar taxas ao Brasil após ameaçar impor 10% adicionais aos países do Brics, sob o argumento de que o bloco ameaça a soberania do dólar. O republicano, porém, subiu o tom ao vincular as sobretaxas à situação política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Produtos importados pelos EUA do Brasil são sobretaxados atualmente em 10%, tarifa anunciada por Trump em 2 de abril. Ou seja, além das tarifas de importação já cobradas, há uma cobrança adicional de 10%. Essa alíquota será substituída pela de 50% a partir de 1º de agosto.

 

Em evento do governo nesta sexta (11) no interior do Espírito Santo, Lula afirmou que vai tentar brigar em todas as esferas para que a taxação, prevista para ser implementada em 1º de agosto, não ocorra.

 

“Vou brigar na OMC, vou conversar com meus companheiros do Brics. Mas, se não tiver jeito no papo, no tête-à-tête, vamos estabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá”, afirmou o presidente no evento para firmar acordo de reparação socioeconômica das populações atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015.

 

“Quero dizer, com todo respeito ao presidente Trump, o senhor está muito mal informado. Os EUA não têm déficit comercial com o Brasil, é o Brasil que tem déficit com o Brasil. (…) Nós é que deveríamos taxar ele”.





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