O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta terça-feira a “rendição incondicional” do Irã e afirmou que sabe onde o líder supremo, Ali Khamenei, está escondido desde o início da ofensiva lançada por Israel na última sexta-feira. Segundo ele, o chefe do regime iraniano seria um “alvo fácil”, mas o governo americano não pretende matá-lo, “pelo menos por enquanto”.
- Leia também: Líder supremo do Irã vê seu entorno se esvaziar
“Sabemos exatamente onde o chamado ´líder supremo´ está se escondendo. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá – não vamos eliminá-lo (matar!), pelo menos não por enquanto. Mas não queremos que mísseis sejam disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando”, escreveu Trump em uma postagem na Truth Social. “RENDIÇÃO INCONDICIONAL”, acrescentou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/S/H/TB8rQlTtOCkT5VC6ndsw/trump-post.png)
Ontem, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse não descartar a hipótese de atacar Khamenei, afirmando que a morte do líder supremo do Irã não “escalaria o conflito”, mas o encerraria. O ataque supresa lançcado na sexta-feira matou a alta cúpula militar iraniana e vários cientistas do programa nuclear do país, mas o líder supremo e o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, não estavam entre os alvos.
A declaração de Netanyahu foi feita à emissora americana ABC News ao ser indagado sobre um suposto veto por parte de Trump para assassinar o líder iraniano. “Tivemos meio século de conflito espalhado por esse regime”, disse o premiê de Israel. “O Irã quer uma guerra eterna”, completou.
No domingo, fontes do governo americano disseram que Trump teria vetado um plano de Israel para matar Khamenei no ataque surpresa que deu início ao conflito. Netanyahu negou o veto da Casa Branca. “Há tantas notícias falsas que nunca aconteceram e não vou entrar nesse assunto”, disse. “Nós fazemos o que precisamos fazer”.
Militares isralenses dizem que o objetivo do país no conflito é eliminar a “dupla ameaça” representada pelo Irã: o programa nuclear e seus mísseis balísticos. Mas Netanyahu não esconde que uma queda do regime dos aiatólas, que governam o país desde 1979, pode ser um dos objetivos de Tel Aviv no conflito.
Ontem, o ministro das Relações Exteiores do Irã, Abbas Araqchi, pediu a interferência de Trump para forçar Israel a parar o conflito, em uma mensagem interpretada por diplomatas como uma admissão de que Teerã pode estar sentindo o custo da guerra, em termos de baixas e de popularidade. “Basta um telefonema [de Trump] para amordaçar alguém como Netanyahu. Isso pode abrir caminho para um retorno à diplomacia”, disse ele em postagem no X.