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Vereador deu bronca em emissário: “Não é assim que funciona”

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Conversas trocadas entre o vereador Sargento Joelson (PSB) e João Jorge de Souza Catalan, ex-funcionário da construtora HB20, revelam que o parlamentar estava incomodado com o fato de uma terceira pessoa estar sabendo do suposto esquema de pagamento de propina na Câmara de Cuiabá. 

Agora você fica mandando terceiros aqui cara. Não está resolvido nosso trem?

 
A informação consta no inquérito da Operação Perfídia, deflagrada pela Policia Civil no dia 29 de abril.
 
A Deccor (Delegacia Especializada de Combate à Corrupção) diz que a HB20 pagou R$ 250 mil de propina ao Sargento Joelson e ao também vereador Chico 2000 (PL), ambos alvos da operação.
 
Uma das conversas, que aconteceu em 14 de outubro de 2023, mostra que João Jorge realizou uma transferência via Pix no valor de R$ 25 mil para o empresário José Márcio da Silva Cunha, também investigado na operação. 

 
João Jorge, que sempre falava em nome da HB20, conforme a Deccor, enviou o comprovante da transferência para o vereador. “Consegui fazer 25 mil”, disse o funcionário. 
 
Quatro dias depois, em 18 de outubro de 2023, Joelson envia um áudio reclamando do fato de uma outra pessoa ligada à empreiteira tê-lo procurado. 
 
“Oh irmão, teve um cara aqui por nome Jean, falando em nome da empresa aí, querendo resolver problemas, de acordo… de acerto entre nós e vocês aí. Ôh irmão, deixa eu só te falar cara, o acordo foi feito entre eu e você, cara. O presidente Chico um dia participou e deu o aval cara, agora você fica mandando terceiros aqui cara. Não está resolvido nosso trem?”, diz trecho da conversa. 
 
O vereador continua alegando que “não tem que ficar mandando ninguém” e que a coisa não funcionava assim. 
 
“Aí vem esse cara aí que eu não sei quem é, nunca falei com ele, ninguém me apresentou ele. Fica um clima chato, cara. Não é assim que funciona as coisas aqui não pow. Ok? Vê aí… o negócio é entre nós (câmara) e você aí, Jorge. Tá tudo resolvido, a nossa parte tá resolvido, não tá?! Fizemos o que você pediu, você está resolvendo a nossa e está praticamente tudo certo já, então não entendi por que que esse cara veio aqui, cara”, finalizou. 
 

 
A operação 
 
Além do sargento Joelson, o vereador Chico 2000 (PL) também foi alvo de mandados de busca e apreensão. Os dois foram afastados de seus cargos, por decisão da juíza Edna Ederli Coutinho, do Nipo (Núcleo de Inquéritos Policiais).
 
Os parlamentares são suspeitos de receberem R$ 250 mil em propina da construtora HB20, responsável pela obra do viaduto do Contorno Leste. 
 
Além deles, também foram alvos da operação o empresário José Márcio da Silva Cunha, proprietário da empreiteira, e Claudecir Duarte Preza e Jean Martins e Silva, funcionários da empresa.
  
Ao todo, foram cumpridas 27 ordens judiciais, sendo mandados de busca e apreensão, quebra de sigilo de dados telefônicos e eletrônicos, além de sequestro de bens, valores e imóveis.
 
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