Durante cerimônia de encerramento do I Encontro Regional dos Agentes Territoriais de Cultura do Sudeste, realizado neste sábado (9) no Rio de Janeiro, os cerca de 200 bolsistas dos quatro estados da região ouviram da primeira-dama, Janja Lula da Silva, a importância que o presidente da República atribui ao trabalho que eles realizam. Após ouvir relatos de alguns agentes sobre a forma como atuam nos territórios, Janja celebrou a retomada da cultura.
“Vocês são a realização de um sonho do presidente Lula. Vou falar pra ele que o sonho dele se concretizou através de vocês. A cultura voltou, e voltou muito forte, voltou potente. O nosso compromisso é levar todas as políticas públicas do Governo Federal para cada cantinho desse país, para aquela pessoa que não sabe. A gente quer que cada um de vocês seja o mensageiro nos territórios”, declarou.
O secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, também destacou que a cultura é parte importante do projeto de governo do presidente Lula e lembrou da responsabilidade dos agentes territoriais em fazerem parte disso.
“É uma beleza ver a empolgação, o compromisso e a capacidade de vocês. A cultura não é a cereja do bolo desse Governo, ela é parte central de um projeto de desenvolvimento, de um projeto de nação. E vocês são porta-vozes, são o fermento da massa que vai fazer com que o Brasil deixe de ser o país do futuro e seja o país do presente. Então, viva o Programa Nacional dos Comitês de Cultura! Viva a cultura brasileira e a sua diversidade!”
Responsável pelo Programa dentro do MinC, a secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura (SAFC), Roberta Martins, lembrou a importância do eixo de comunicação dentro do trabalho dos agentes territoriais.“Vocês são um orgulho do Ministério da Cultura. Tem sido incrível ver como vocês conseguem colocar coração, afeto e proximidade na comunicação de algo que às vezes é tão duro, como a política pública”, afirmou.
Políticas transversais
A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, também participou da cerimônia de encerramento do Encontro e pontuou a parceria com a ministra Margareth Menezes, no trabalho de pensar as políticas públicas do Governo Federal de forma transversal. Para ela, os agentes territoriais também são fundamentais nessa estratégia.
“Vocês fazem a diferença. Eu sempre digo que quem sabe do quilombo é o quilombola. Assim como quem sabe da favela é o favelado. Então, ter agente da cultura espalhado por aí, para poder reafirmar a sua importância, a sua ancestralidade, a sua territorialidade e o que a gente tem que fazer nesse país, que é transversalizar políticas públicas para a igualdade racial”, concluiu.
Agente territorial de cultura em atuação em Cachoeiro de Itapemirim (ES), Luciana Santana de Souza contou como políticas públicas mudaram a história da família dela e por isso faz questão de lavar informação onde vai.
“Eu sou fruto de todos os programas sociais do governo. Assim como eu rompi o ciclo de violência das mulheres pretas da minha família, nós vamos continuar construindo política pública nesse país com agente territorial de cultura, com agente de economia solidária, com agente de saúde, a gente vai continuar, porque o Brasil é soberano. O Brasil é dos brasileiros!”, afirmou.
Maria Eduarda Batista, agente em atuação em São José dos Campos (SP), destacou a importância da formação no programa de agentes territoriais.
“Foi por meio dessa formação em políticas públicas de cultura que eu consegui articular nos municípios em que eu estou atuando. Em Caçapava eu fui convidada, após a minha articulação, a fazer um mapeamento das periferias do município, para que a gente pudesse verificar a possibilidade de abrir o primeiro centro cultural de periferia do município. Em Monteiro Lobato, fui convidada pela secretária de Cultura a ser a comissão operacional do ciclo dois da Política Nacional Aldir Blanc. Então, hoje eu posso dizer pra todos vocês que a cultura põe comida na minha mesa”, declarou.
Rolezinhos
Antes de se despedirem do Rio de Janeiro, os agentes territoriais se dividiram em quatro grupos para conhecerem lugares históricos da cidade. Locais simbólicos como Morro da Providência, a Região da Pequena África, o circuito do samba em Madureira e a Lapa.
No grupo que foi conhecer o Morro da Providência, 46 bolsistas conheceram a Ladeira do Livramento, onde nasceu o escritor Machado de Assis, e depois ouviram sobre a história da remoção dos moradores da favela, a partir de uma proposta de reflexão sobre a construção, a arquitetura e os modos de viver.
“Foi incrível, estou extasiada. O rolezinho proporciona uma visão daquilo que a gente não conhece, como a favela, por exemplo. Uma vivência contada por uma pessoa da favela, um impacto direto”, afirmou Deise Meneses, agente territorial na cidade de Oliveira (MG).
Em Madureira, Karolynne Duarte, nascida e criada na Grande Madureira, foi a guia do grupo. Ela contou diversas histórias e vivências pela perspectiva de quem vive no território. No roteiro, o viaduto onde acontece o maior baile charme do Brasil, o mercadão de Madureira, a sede da Portela e a quadra do Império Serrano, onde estava sendo realizado o gurufim de despedida do sambista Arlindo Cruz.
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