Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron protagonizaram, nesta quinta-feira (5), um dia simbólico de fortalecimento das relações entre Brasil e França. A missão brasileira em Paris marca os avanços dos diálogos sobre meio ambiente, cultura, comércio, segurança, ciência e transição energética. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, integrou a comitiva oficial e participou dos compromissos ao lado de Lula.
“Esta visita de Estado é a primeira que um mandatário brasileiro faz à França em 13 anos. Algumas vertentes do relacionamento bilateral se enfraqueceram nesse período, como o diálogo político e o comércio. Minha presença aqui em Paris consolida essa reaproximação”, destacou o presidente Lula.
Parceria cultural
Ele também ressaltou a importância da parceria cultural entre os países. “Sei que podemos contar com a França. Em 2025, completamos 200 anos de relações bilaterais com o olhar voltado para o futuro. Essa construção conjunta passa pelo aprofundamento dos laços e do intercâmbio entre nossas sociedades. Esse é o propósito da atualização do Acordo de Cooperação Cultural assinada pela ministra Margareth Menezes. É, também, o espírito das centenas de eventos que ocorrem na França e no Brasil, desde abril, no âmbito das Jornadas Culturais Cruzadas, que o presidente Macron e eu decidimos lançar no ano passado”, completou.
O novo Acordo de Cooperação Cultural entre Brasil e França será assinado nesta sexta-feira (6), durante a continuação da visita de Estado. Atualizando o tratado original de 1948, o documento prevê ações conjuntas nas áreas de patrimônio, artes, audiovisual, livro, formação, economia criativa e direitos culturais. A proposta é ampliar o intercâmbio cultural entre os dois países e promover políticas inclusivas, sustentáveis e inovadoras no setor.
A agenda cultural teve um momento especial durante o encontro com a comunidade brasileira na Prefeitura de Paris. Em clima de emoção, Lula convidou a ministra Margareth Menezes a cantar. A artista e titular da Pasta da Cultura escolheu interpretar “Coração de Estudante”, de Milton Nascimento.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
“Foi um momento de afeto e afirmação da cultura brasileira como ponte entre os povos. Estamos virando a página do retrocesso e mostrando ao mundo a força criativa e democrática do Brasil”, avaliou a ministra.
Entrevista
Em entrevista ao jornal francês Libération, Margareth reforçou: “A cultura é um elemento do nosso soft power que pode abrir mercados e promover o diálogo entre as nações.”
A titular da Cultura também ressaltou o simbolismo da visita no marco dos 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e França e lembrou que cerca de 300 eventos brasileiros estão sendo realizados em 50 cidades francesas, dentro da temporada cruzada de intercâmbio cultural, que segue até setembro.
Homenagem
Durante a agenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma sessão solene da Academia Francesa, tornando-se o segundo brasileiro a receber tal distinção. O primeiro foi Dom Pedro II, em 1872. A homenagem, concedida a apenas 19 chefes de Estado em quase 400 anos de história da instituição, ressalta a importância das relações culturais entre Brasil e França.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
A programação do dia foi encerrada com jantar de Estado no Palácio do Eliseu, após apresentação musical das cantoras Roberta Sá e Sélène Saint-Aimé, com canções brasileiras e francesas.
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