Por GE • Barueri | SP
O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco Antônio La Porta, quer a inclusão do futsal nas Olimpíadas. Em entrevista ao podcast “Conta e Manda” na última sexta-feira, o novo presidente da entidade esclareceu os principais planos de seu governo e disse que a inclusão do esporte no programa olímpico é prioridade, assim como um investimento “mais assertivo” nas modalidades já existentes. Para conseguir alcançar esse segundo objetivo, La Porta considera levar uma delegação menor para Los Angeles 2028.
Segundo o presidente do COB, o Brasil teria mais chances de medalhas se o futsal entrasse no programa olímpico, por isso a inclusão do esporte é prioridade. Marco La Porta falou que pretende se reunir em breve com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para levar o pedido à FIFA e ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Atualmente, a CBF é a responsável pela modalidade no país.
— Eu tenho conversado com o pessoal da CBF para comprarmos essa briga e tentar incluir o futsal. Para Brisbane não dá, mas talvez em 2036. O Paraguai, um aliado forte, também compra essa briga. É ir na FIFA e tentar construir isso. Sem excluir o futebol masculino, seria mais uma modalidade. O Brasil teria mais uma chance de medalha. O futsal é a nossa modalidade preferida para entrar no programa olímpico. Nós vamos brigar pelo futsal — disse La Porta no podcast.
Pensando em um investimento “mais assertivo” para desenvolver as modalidades já existentes, La Porta considera levar uma delegação menor para as Olimpíadas de Los Angeles 2028, mas a ideia ainda precisa ser avaliada pela equipe técnica do COB. Em Paris 2024, a delegação brasileira teve maioria feminina entre os 276 atletas. No entanto, o recorde do país na história dos Jogos foi na Rio 2016, com 465 atletas.
— Precisamos discutir se vale a pena ter 300 atletas, sendo que 200 não têm chances de medalha. Esse investimento é assertivo? O atleta se classificou e tem direito de participar das Olimpíadas, sabemos que essa experiência é importante para ele, mas o Brasil precisa dizer o que quer. Querem que a gente vá com todos os atletas? Beleza, só não podem cobrar que estamos gastando dinheiro demais. Vai faltar dinheiro em algum lugar. Não é o presidente do COB quem define essa linha de ação, é a Assembleia do COB — falou.
O Brasil conquistou 20 medalhas na última edição dos Jogos Olímpicos, sendo três de ouro, sete de prata e 10 de bronze. Apesar do menor número de campeões, foi a segunda melhor campanha da história, atrás apenas de Tóquio 2020. Para o ciclo de Los Angeles 2028, Marco La Porta vê pouca renovação entre os atletas e diz que dificilmente o número de medalhas será maior do que o de Paris.
— Os campeões de Los Angeles já estão aí. Dificilmente teremos novidades. Podem aparecer alguns talentos no Pan-Americano Juvenil, mas os outros já estão mapeados. Cada confederação já sabe quem é o seu talento para o próximo ciclo.
Outra mudança que La Porta pretende implementar nessa nova gestão é uma maior comunicação internacional. O presidente disse que o Brasil precisa ter atletas e gestores nas comissões do COI para uma maior influência e vê o país “afastado” do cenário esportivo mundial. La Porta pretende ainda se reunir com Kirsty Coventry, primeira mulher a assumir a presidência do COI, para discutir os planos do Brasil.
— O Brasil precisa retomar o espaço no cenário internacional. Perdemos muito espaço. O Brasil hoje não faz parte de comissões do COI, estamos muito afastados. Precisamos sentar com os presidentes porque tudo é intercâmbio. Temos muitos profissionais competentes que podem ocupar esses cargos. Nas conversas pelo Pan de 2031, em disputa com o Paraguai, percebo o quanto o Brasil perdeu essa força. Faltou esse trabalho diplomático, ficamos muito voltados para a área interna. Não é uma critica à gestão anterior, porque realmente foi necessário “fechar a casinha” para organizar por dentro quando assumiram — finalizou.