O feminicídio da fonoaudióloga Ana Paula Abreu Carneiro de Oliveira, ocorrido no último domingo (24) em Sinop, teria sido motivado por uma discordância sobre estudos religiosos relacionados ao “fim dos tempos”, realizados pelo namorado, Lucas França.
A briga teria ocorrido porque ela era contra o envolvimento dele com esse tipo de doutrina
A informação é da delegada de Sinop, Renata Evangelista, responsável pela investigação do caso.
Segundo ela, Lucas, que está preso pelo crime, afirmou durante o interrogatório que se dedicava ao estudo de uma área da teologia que trata sobre o fim do mundo.
“Ele mencionou que era uma doutrina que estuda o fim dos tempos e que, no dia anterior, teria tido uma discussão com a convivente dele, a esposa, com quem estava desde dezembro do ano passado. A briga teria ocorrido porque ela era contra o envolvimento dele com esse tipo de doutrina”, afirmou a delegada.
O criminoso controu que o casal teria discutido no sábado (23), o que teria motivado o feminicídio cometido na manhã de domingo. Questionado sobre o planejamento, Lucas permaneceu em silêncio, mas afirmou que pretendia cometer suicídio após matar a companheira.
“Ele declarou, no interrogatório, que a ideia era se matar depois. Chegou a colocar uma faca no pescoço e ingerir um coquetel de medicamentos após o crime”, disse.
Segundo Evangelista, após matar a companheira, Lucas permaneceu com o corpo da vítima dentro da residência por várias horas.
Chegou a colocar uma faca no pescoço e ingerir um coquetel de medicamentos após o crime
O feminicídio foi denunciado à Polícia Militar após a irmã de Ana Paula receber imagens do corpo por meio de um aplicativo de mensagens.
O crime
O corpo da fonoaudióloga Ana Paula foi localizado no domingo (24) em um dos quartos da residência onde ela morava com Lucas França, após familiares acionarem a polícia.
Eles relataram ter recebido uma ligação de Lucas confessando o crime, acompanhada de fotografias do corpo da vítima.
“Depois de várias horas do crime, ele tirou fotos da vítima já sem vida e as encaminhou para os familiares. Foi assim que tomamos conhecimento do fato”, declarou a delegada.
Ana Paula apresentava entre 15 e 20 perfurações por faca e sinais de que o crime havia ocorrido pelo menos duas horas antes da chegada das autoridades.
De acordo com o perito responsável pela investigação, a residência apresentava evidências de luta corporal e marcas de violência.
No momento da prisão, Lucas apresentava sinais de surto psicótico e precisou ser contido pelos policiais militares.
Ele foi encaminhado à delegacia, onde teve a prisão em flagrante.
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